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Economia
Quarta - 08 de Dezembro de 2004 às 11:13
Por: Joana Dantas

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Mato Grosso pode economizar cerca de R$ 36 milhões por ano quando a cadeia produtiva do biodiesel (combustível obtido a partir do óleo vegetal como soja, mamona, e animal) estiver estruturada no Estado. Esta economia representa apenas 2% do total da demanda mato-grossense, hoje 100% importada, de 1,8 milhão de litros de diesel de petróleo anualmente.

O combustível é utilizado em máquinas agrícolas, transportes coletivos e de cargas e caminhonetes. Também é usado como gerador de energia em comunidades afastadas das redes de transmissão de energia elétrica.

O índice de 2% adicionado ao óleo fóssil, chamado de B2, foi definido ontem por meio de Medida Provisória baixada pelo presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, a qual regulamentou ainda a comercialização, distribuição e produção do combustível natural, para a implantação do Programa Nacional de Biodiesel.

Mato Grosso está mais adiantado no processo de fabricação dessa matriz energética, tem uma empresa privada que há tempos desenvolve o combustível (veja matéria a baixo) e laboratórios da universidade UFMT e Unemat já testam o tipo B20, mistura de 20% no diesel fóssil.

"O governo federal iniciou com o B2, mas pretende ir aumentando a quantidade misturada até atingir B100, que seria a utilização de 100% dessa fonte de energia renovável", informou o coordenador geral de Convênios e Projetos Especiais da Fundação de Amparo à Pesquisa de Mato Grosso (Fapemat), José Alexandre Golemo.

O Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), juntamente com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), repassou ao Estado R$ 360 mil em recursos que somados aos R$ 40 mil da Fapemat vão melhorar os laboratórios da UFMT e Unemat, custear a realização de testes e análises do combustível e a participação de técnicos em feiras.

De acordo com o coordenador, o potencial brasileiro é grande e será uma alternativa de renda principalmente para os assentamentos agrários e pequenas propriedades.

"Vamos avaliar as diretrizes para iniciar o processo de organização do setor no Estado. A normatização estabelece, por exemplo, quais oleaginosas serão exploradas, em quais regiões, a produção, as formas tributárias, os incentivos fiscais e a linha de financiamento", ressaltou o coordenador.

De acordo com ele, outra vantagem de Mato Grosso é já ter uma empresa que vai precisar comprar a produção, isso facilita a estruturação da cadeia produtiva.

Na próxima semana, representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário virão a Mato Grosso se reunir com técnicos da Fapemat para discutir a inserção dos assentamentos no programa de desenvolvimento do biodiesel no Estado.

"A idéia é organizar os assentados e pequenos produtores em cooperativas para viabilizar a produção de oleaginosa nas propriedades e estudar as culturas que melhor se adaptam nas diferentes regiões do Estado", informou.




Fonte: Folha do Estado

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