Invasões de terra crescem 226% no Governo Lula

O número de ocupações de terra cresceu nos 23 primeiros meses do governo Luiz Inácio Lula da Silva, de acordo com balanço divulgado ontem pela Ouvidoria Agrária Nacional. Entre janeiro de 2003 e novembro de 2004 ocorreram 538 ocupações de propriedades rurais, contra 497 entre janeiro de 2000 e dezembro de 2002. O crescimento é de 226%, entre 2002 e 2004.

Entre janeiro e novembro deste ano, o numero de ocupações é maior 51% em relação ao mesmo período de 2003: foram 316 invasões em 2004 contra 209 no ano passado.

De janeiro a novembro do último ano de governo de Fernando Henrique Cardoso ocorreram 97 invasões.

Em novembro deste ano, houve uma retomada no número de invasões, 27, perdendo apenas para o índice foi registrado durante o chamado "abril vermelho", com 109 invasões.

O relatório da ouvidoria aponta ainda que o maior número de ações ocorre no Nordeste, com 131 casos. O menor número é registrado no Norte do País - foram nove este ano. O Estado que concentra o maior número de ocupações é Pernambuco, com 76 casos.

O índice divulgado ontem é o mais alto em cinco anos. No entanto, ainda está longe dos registrados na década de 90. Desde que o governo começou a divulgar números sobre as ações dos sem-terra, em 1995, o maior índice ocorreu em 1999. Foram 481 invasões no período de janeiro a novembro.

De acordo com a Ouvidoria, o número de assassinatos decorrentes de conflitos no campo caiu de 42 no ano passado para 16 entre janeiro e novembro deste ano. Outros 16 casos não foram incluídos por que estão sob investigação policial. A Comissão Pastoral da Terra (CPT), no entanto, revelou nesta semana que ocorreram 73 mortes no ano passado e 29 de janeiro a novembro deste ano.

A média mensal de ações no governo Lula é de 23,3 casos, contra 13,8 nos três últimos anos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Desde que a Ouvidoria começou a fazer este balanço, em 2000, foram registradas 1.035 ocupações de terra.