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Economia
Terça - 07 de Dezembro de 2004 às 09:24
Por: Mariana Peres

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Prorrogação de dívidas, aprovação da lei Biossegurança ainda neste ano, leilão de opções e Aquisições do Governo Federal (AGF). Essas foram as principais medidas anunciadas ontem pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, como mecanismo para impedir a inviabilidade da produção em uma safra marcada pela elevação de custos, câmbio em baixa e excesso da produção mundial. "São medidas que não evitam a crise, e sim, agem como forma de impedir o descasamento de renda, para garantir a sustentabilidade da atividade produtiva".

O anúncio do ministro foi uma resposta do governo Federal as reivindicações do segmento, oficializada ontem, em um encontro em Cuiabá, quando Rodrigues recebeu das mãos do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Homero Pereira, a "Carta de MT", um documento escrito em conjunto por várias entidades e que condensa todos os problemas enfrentados para a condução da safra 04/05, assim como, sugere ações para limitar os efeitos da crise.

"O desequilíbrio entre receita e despesa deixa, desde já implícito, que teremos problemas de liquidez. A carta contextualiza a situação e aponta soluções passíveis de serem tomadas", resume Pereira.

Segundo Rodrigues, neste momento, todos os principais produtos brasileiros estão sendo estudados pela equipe do Ministério, arroz, trigo, algodão, soja e milho. "Temos de utilizar todos os mecanismos que forem necessários para evitar a perda da renda, o que pode gerar endividamentos. Eu sou produtor também, estou fazendo contas e sei como as coisas estão. Estou empenhado em evitar esta crise. O Governo está firme de mãos dadas com a classe e enquanto eu estiver aqui, a peteca não vai cair", ratificou Rodrigues.

Está acertado entre o Ministério e os representantes do segmento estadual, que haverá na próxima semana, em data a ser confirmada, uma reunião em Brasília, entre entidades que representam os produtores e todos os outros setores que integram a cadeia produtiva do agronegócio, como os representantes dos principais insumos (defensivos, fertilizantes e máquinas). Segundo Pereira o objetivo será o de compartilhar em conjunto ações. "Os custos de produção elevaram muito e isso está pesando na hora de produzir. Não há nada que justifique a majoração", alerta o presidente da Famato.

Outra medida anunciada por Rodrigues é que ele vai encaminhar um voto ao Conselho de Política Monetária (Copom) pedindo a prorrogação das parcelas do custeio para o algodão com vencimento neste mês. Pereira explica que o mercado para a commoditie está ruim dentro e fora do País. "Prorrogando o débito para janeiro e fevereiro traz um alívio".

COBRANÇA - Rodrigues saiu do encontro com o pedido de buscar solução para outro pleito dos produtores, a liberação da importação de agroquímicos de países sulamericanos, como Argentina e Paraguai, onde os mesmos produtos chegam a estar US$ 200 mais barato do que a versão adquirida no Brasil, com o mesmo princípio ativo. O ministro admite que não sabe como intervir na situação, mas também se comprometeu a buscar uma solução.




Fonte: Diário de Cuiabá

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