Escopetas foram usadas contra sem-terra em Minas

Peritos do Instituto de Criminalística de Minas Gerais constataram que foram utilizadas na chacina do Acampamento Terra Prometida, em Felisburgo, as escopetas calibre 12 encontradas dias depois do crime.

Elas estavam num matagal, perto da Fazenda Nova Alegria, de Adriano Chafik Luedy, um dos acusados pela morte de cinco sem-terra e ferimentos em outros 14. Os peritos não sabem ainda se os revólveres achados junto com as escopetas também foram usadas pelos pistoleiros, no dia 26 passado.

As informações foram dadas por um alto funcionário da secretaria de Estado da Defesa Social que acompanha as investigações sobre a chacina, que prosseguem no Vale do Jequitinhonha. Os peritos do setor de balística comprovaram, por meio de comparações dos projéteis recuperados na fazenda com as escopetas, que as armas foram disparadas contra os sem-terra. A polícia, no entanto, não conseguiu ainda estabelecer quais dos atiradores estava utilizando as escopetas.

Os peritos da Criminalística ainda não concluíram os exames dos revólveres, e não há previsão sobre quando o relatório final será apresentado ao delegado Wagner Pinto, da Divisão de Homicídios, de Belo Horizonte, que comanda as investigações sobre a chacina.

No domingo passado, os policiais terminaram o trabalho de identificação completa de nove homens que já foram denunciados como parte do grupo que participou do crime. No entanto, a polícia mantém os nomes sob sigilo. Os suspeitos que ainda não foram presos estão sendo procurados na região de Itajuípe, na Bahia.