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Internacional
Segunda - 06 de Dezembro de 2004 às 11:05

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O Iraque teve um dos fins de semana mais sangrento desde a queda do regime de Saddam Hussein. Ao menos 63 pessoas morreram nos diversos ataques realizados entre sexta-feira e domingo, a maioria no Triângulo Sunita-- que fica no norte do país e é considerado o principal núcleo da resistência iraquiana.

Neste domingo três atentados feitos por insurgentes deixaram ao menos 24 iraquianos mortos. No pior deles 17 civis que trabalhavam para as forças de coalizão morreram em Tikrit [180 km ao norte da capital Bagdá].

Em Mossul [360 km ao norte de Bagdá] dois soldados americanos foram mortos em uma emboscada. Um comandante da Guarda Nacional iraquiana e três soldados foram mortos em Baiji [180 km ao norte de Bagdá], que fica próxima a Tikrit. Em Samarra [100 km ao norte da capital] um guarda morreu.

O anúncio da morte dos civis iraquianos em Tikrit foi feita pelo Exército americano. Um comunicado da 1º Divisão de Infantaria disse que homens armados atacaram dois ônibus que levavam civis iraquianos para trabalhar em um depósito de armas. Ao menos 13 pessoas ficaram feridas no ataque. As vítimas eram contratadas da companhia Bushmaster Inc.

No sábado um atentado com um carro-bomba contra um ônibus que transportava militantes curdos na cidade de Mossul deixou ao menos sete pessoas mortas. Outras sete morreram em duas explosões simultâneas na capital Bagdá.

Na sexta-feira 25 pessoas morreram em dois atentados na capital iraquiana. O ataque mais sangrento ocorreu no bairro de Adhamiya (norte de Bagdá), onde a maioria da população é formada por sunitas.

Quase ao mesmo tempo em que ocorria a explosão do carro-bomba no norte de Bagdá, o sul da cidade também sofria um ataque. Rebeldes, armados com armas leves e morteiros, invadiram uma delegacia em Al Amel, causando a morte de 11 pessoas, além de deixar seis feridos. Na ação, também foram libertados 51 prisioneiros.

Eleições Diante da uma onda de violência no país, 200 líderes políticos de várias organizações reuniram-se nesta segunda-feira para pressionar pelo adiamento das eleições de 30 de janeiro no Iraque, o que os Estados Unidos descartam.

"A piora das condições de segurança em várias províncias impõe o adiamento", disse Tarek Al Hashemi, secretário-geral de um partido sunita moderado, acrescentando que o adiamento não significa um questionamento das eleições, nem "a rendição diante das ameaças".

A idéia de adiar por seis meses as eleições foi de 17 partidos e grupos moderados, a maioria sunita. A iniciativa foi rejeitada pelo primeiro-ministro Iyad Alaui, líderes políticos e religiosos xiitas.

O Crescente Vermelho iraquiano disse hoje ter tido de abandonar Fallujah (centro do país) por ordem dos soldados americanos, após afirmar, horas antes, ter se retirado por iniciativa própria.

Segundo um assessor do secretário-geral da ONU, Koffi Annan, a insegurança no Iraque torna quase impossível a realização das eleições em 30 de janeiro. Lajdar Brahimi, enviado de Annan ao Iraque, disse ao jornal holandês "NRC Handlesblad" que as eleições acontecerão 'se a segurança melhorar'.

Na Alemanha, país que Alaui visitou anteontem, a Justiça anunciou a prisão de um terceiro envolvido em um complô para assassinar o líder iraquiano em Berlim. Os três são "suspeitos" de pertencerem à organização islâmica Ansar al Islam, fundada em 2001 no norte do Iraque, segundo um porta-voz judicial.




Fonte: Folha Online

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