Deficiências no ensino são discutidas

Em 2005, Mato Grosso vai contar com um Fórum Permanente de Debates para avaliação contínua dos problemas enfrentados pela sociedade, relacionados às deficiências do ensino no Estado. A proposta foi apresentada pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sintep), Júlio César Martins Viana, e acatada por unanimidade entre os membros da comissão permanente de Educação, Cultura, Desporto e Seguridade Social.

Um comparativo realizado pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), entre 2001 e 2003, para os Estágios de Construção de Competência foi a referência utilizada pela entidade.

Vinculado ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), do Governo Federal, o Saeb mostrou que apenas entre 1,2% e 5,8% dos estudantes mato-grossenses de Língua Portuguesa e Matemática, nas 3ª, 4ª e 8ª Séries, ficaram no estágio “Adequado”, no ano passado – o melhor entre todos. Os demais oscilaram entre “intermediário”, “Crítico” e “Muito Crítico”.

“Esses resultados não são nada animadores para o futuro do Estado, no que diz respeito aos processos produtivo e social em nossa educação”, lamentou Júlio César para os integrantes da comissão, deputados Humberto Bosaipo (sem partido), os petistas Verinha e Ságuas Moraes, Zé do Pátio (PMDB) e Eliene

(PSB).

Para o sindicalista, a situação é conseqüência de uma organização curricular deficitária, o quadro apresenta um resultado inócuo na utilização do dinheiro público e o foco (do sistema) não é o aprendizado, mas a freqüência do aluno nos oito anos do ensino básico.

“A comissão acatou as observações e as sugestões do presidente do Sintep e a criação do fórum é urgente. Essas medidas também são de interesse dos parlamentares e as questões devem ser tratadas de forma contínua”, observou Bosaipo. Ele adiantou que a comissão vai conhecer a proposta do governo estadual e incluí-la em seus estudos.

Por acordo parlamentar, Verinha já foi indicada para assumir a presidência da comissão a partir do ano que vem. Ela também sugeriu a realização de fóruns regionais para que as comunidades sejam ouvidas e, a partir daí, todas as propostas sejam levadas para um fórum estadual. Em seguida, devem ser apresentadas no fórum nacional que está inicialmente previsto para acontecer em abril do ano que vem.

O presidente do Sintep também propôs a participação de universidades públicas – entre elas a Unicamp – e organismos do governo federal como o Inep e o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).