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Nacional
Segunda - 06 de Dezembro de 2004 às 05:02

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O número de mortos em conflitos no campo aumentou nos dois primeiros anos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT) mostra que, em 2003, ocorreram 73 mortes decorrentes de conflitos na zona rural. Neste ano, ocorreram 29 mortes até novembro.

"Não tivemos nada igual durante os anos 90 e início da década de 2000. Nem em 1996, quando ocorreu o massacre de Eldorado de Carajás, chegamos a um número tão alto", diz Antonio Canuto, da coordenação nacional da CPT, conforme o jornal O Estado de S. Paulo.

Para a CPT, um dos motivos do aumento da violência no campo é a criação de milícias financiadas por fazendeiros. No dia 20 de novembro, cinco sem-terra foram mortos em Felisburgo (MG). O Ministério Público Estadual já havia alertado a polícia para as ameaças que vinham sendo feitas contra o acampamento de sem-terra na região.

De acordo com o jornal, foram registradas 303 ocupações de terra em 2004. O número foi de 222 no ano passado. O maior índice de ocupações nos últimos anos foi registrado em 1999, quando ocorreram 502 ações dos sem-terra. O pico de ações em 2004 ocorreu em abril, com 109 ocupações.

Para o fazendeiro João Bosco Leal, presidente do Movimento Nacional dos Produtores Rurais (MNP), os proprietários estão acuados. "Qualquer ser acuado vira uma fera", diz. "De que maneira você imagina que eu e outros produtores nos sentimos quando, após todo esse esforço, descobrimos que estamos desguarnecidos, que não temos proteção para o direito à propriedade?"




Fonte: Terra

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