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"Escravos" são humilhados em muitas fazendas de MT
O trabalhador S.J.A foi seduzido pelas potencialidades de Mato Grosso, a "última fronteira agrícola do país". Pobre, deixou a vizinha Palmas, no Tocantins, com mulher e quatro filhos e apostou em dias de fartura nas lavouras mato-grossenses. Mas só colheu infortúnios. S. é mais uma vítima da escravidão em parte das extensas propriedades rurais do Estado, que alimentam os vistosos números da economia regional, muitas vezes à custa de maus-tratos e humilhações. Ao contrário dos mais de 230 braçais libertados este ano em Mato Grosso, o trabalhador teve permissão dos "patrões" para deixar a fazenda onde trabalhava. Porém, sem nada nos bolsos e sob a mira de uma carabina calibre 32.
As mãos calejadas de S. denunciam o esforço de até 15 horas diárias de trabalho forçado, sem remuneração, respeito, dignidade. Antes de passar pela pior experiência de sua vida, ele atuou em outras duas fazendas. Estava em Sorriso, norte do Estado, quando foi convencido pelas promessas de um homem que lhe oferecera trabalho.
Empolgado, S. seguiu para a região de Tapurah com mais nove colegas, todos com esperanças de garantir mais conforto às suas famílias. Receberiam R$ 30 por dia trabalhado, além de acomodações dignas e alimentação. Mas tudo o que já construíra em sua mente, foi desmoronando aos poucos. O grupo ficou sabendo, no local, que dormiria em barracos de lona, em condições precárias. A jornada de trabalho começava por volta das 4h, meia hora depois de acordar ao "som" de tiros de espingarda, em meio a gritos de "acordem vagabundos". A alimentação era servida duas vezes por dia: carne de anta, que o próprio patrão matava. "Para cachorro comer aquilo, tinha que amarrar", observa o trabalhador. A rotina de catar raízes para preparar o solo durou quatro meses. Nada dos R$ 30 diários.
S. deixou a fazenda sob ameaças de morte e agora tenta vencer o medo para brigar por seus direitos.
As mãos calejadas de S. denunciam o esforço de até 15 horas diárias de trabalho forçado, sem remuneração, respeito, dignidade. Antes de passar pela pior experiência de sua vida, ele atuou em outras duas fazendas. Estava em Sorriso, norte do Estado, quando foi convencido pelas promessas de um homem que lhe oferecera trabalho.
Empolgado, S. seguiu para a região de Tapurah com mais nove colegas, todos com esperanças de garantir mais conforto às suas famílias. Receberiam R$ 30 por dia trabalhado, além de acomodações dignas e alimentação. Mas tudo o que já construíra em sua mente, foi desmoronando aos poucos. O grupo ficou sabendo, no local, que dormiria em barracos de lona, em condições precárias. A jornada de trabalho começava por volta das 4h, meia hora depois de acordar ao "som" de tiros de espingarda, em meio a gritos de "acordem vagabundos". A alimentação era servida duas vezes por dia: carne de anta, que o próprio patrão matava. "Para cachorro comer aquilo, tinha que amarrar", observa o trabalhador. A rotina de catar raízes para preparar o solo durou quatro meses. Nada dos R$ 30 diários.
S. deixou a fazenda sob ameaças de morte e agora tenta vencer o medo para brigar por seus direitos.
Fonte:
A Gazeta
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/366190/visualizar/
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