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Cidades/Geral
Domingo - 05 de Dezembro de 2004 às 09:06
Por: Rose Domingues

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Para a professora de matemática A.F.M., de uma escola estadual da Capital, a cor da pele influencia no desempenho escolar. De acordo com o relatório do Disk-Denúncia da Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc), ela dizia a dois irmãos (uma menina e um menino), ambos da 5ª série, que eles são burros porque são negros. A mãe das vítimas, D.C.O., estranhou o comportamento das crianças que não queriam mais ir à escola. Segundo depoimento da própria professora, ela admite ter chamado as crianças de "moreninhas"; confirma que elas estavam indo mal em sua matéria, mas que não foram chamadas de burras. De acordo com ela, as palavras foram usadas em tom de brincadeira. A escola é citada no Diário Oficial de sexta-feira (3). Uma sindicância foi aberta para apurar os fatos. A denúncia foi feita no dia 30 de junho deste ano.

Outra escola estadual também está sendo investigada desde de outubro deste ano pela Seduc, conselho tutelar e delegacia do município de Nobres. O professor D.M. é acusado de racismo e agressão física contra o estudante F.S.M.,15. Segundo informações da Seduc, o professor tentou impedir o jovem de participar de um jogo de futebol alegando que ele um "negro cor de bosta". Também teria batido no aluno, nesta mesma ocasião. O fato é confirmado pelos colegas de F.S.M. que presenciaram tudo. O professor nega que a agressão e diz em seu depoimento que apenas disse que o garoto era "negro cabeça de bagri", pois era muito bagunceiro.

Em uma escola de Várzea Grande, duas denúncias envolvem a mesma professora e foram registradas no Disk-Denúncia entre os dia 20 e 24 de novembro. A primeira delas anônima. Na segunda, a mãe R.A.T. informa que a professora M. puxou a orelha e deu um tapa na cabeça do filho dela, A.O.S., estudante da 4ª série. Ela disse ainda que outras crianças também eram vítimas freqüentes dos "castigos" que a professora negou que ocorressem quando a equipe da Seduc foi até o local para investigar.

"É comum os denunciados negarem. O pior é que existe uma conivência, um corporativismo, por parte dos professores que prejudica o andamento da investigação", lamenta o assessor jurídico da Seduc, Jonas Teixeira Motta Júnior.




Fonte: A Gazeta

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