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Cidades/Geral
Sexta - 03 de Dezembro de 2004 às 11:54

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Representantes de várias nações indígenas se reúnem na próxima terça-feira (07.12) com deputados estaduais, na Assembléia Legislativa, para pedir apoio dos parlamentares na implantação do primeiro Estatuto do Conselho dos Povos Indígenas do País, em nível de Estado.

O conselho, cuja proposta já foi aprovada verbalmente pelo governador Blairo Maggi, em agosto deste ano, tem como finalidade defender os direitos e interesses de todas etnias em Mato Grosso. A entidade estará vinculada à Casa Civil.

Com a sua implantação - via decreto ou projeto de lei - o primeiro conselho do País irá propor diretrizes para uma política indigenista no Estado de Mato Grosso. Numa iniciativa sem precedentes no Brasil, o conselho acompanhará as políticas indígenas de acordo com os interesses e diretos de cada etnia.

O documento aprovado por 38 líderes indígenas em agosto deste ano prevê atribuições ao conselho, tal como "tomar conhecimento de pesquisas, de dissertações, de mestrado, teses de doutorado/pós doutorado respeitando os interesses e decisões da comunidade local". A iniciativa visa o combate à biopirataria. Propõe, ainda, apoio a programas e projetos de educação, saúde e sustentabilidade econômica, que atendam aos interesses de valorização das tradições dos povos indígenas.

"Queremos ter voz e vez. Estamos depositando nossas esperanças no Governo do Estado", disse o cacique bakairi Joel Kamaymy, da Aldeia Alto Ramalho, localizada no Município de Paranatinga (373 km ao Sul de Cuiabá). O cacique se reuniu nesta sexta-feira (03.12) com o superintendente de Políticas Indígenas do Estado, Idevar José Sardinha, para solicitar apoio do Governo do Estado para convencer os deputados a aprovarem a proposta.

Para o cacique, a criação do conselho pode representar a independência dos índios que lutam por melhorias nas áreas da saúde e educação, por exemplo. "Queremos apoio também e assistência técnica na área da agricultura para produzirmos mais e melhor", comentou Joel.

Em Paranatinga, com o apoio do Estado, os bakairis já estão cultivando 250 hectares de arroz, além de milho e mandioca. Segundo o cacique, a proposta é ampliar a área agricultável com mais cultivares que possam garantir a alimentação dos índios na aldeia.




Fonte: Secom-MT

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