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Internacional
Quarta - 01 de Dezembro de 2004 às 17:55

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O presidente da Sérvia, Boris Tadic, afirmou nesta quarta-feira que continuará fiel a sua política pró-européia, mesmo após o atentado perpetrado na noite de terça-feira, quando um veículo tentou colidir com o carro em que viajava em Belgrado. "Não há ameaça que nos afaste de nossa missão. Ou seremos parte da União Européia (UE) ou continuaremos um país pobre, isolado e fechado", disse o presidente sérvio em entrevista coletiva na sede do Partido Democrático (DS).

Tadic, que saiu ileso do ataque, disse que não deseja comentar o atentado de ontem à noite antes de receber um relatório oficial da polícia, mas afirmou que sua equipe de segurança, formada por militares, é a mais profissional do país e fez bem o seu trabalho.

O gabinete presidencial informou que alguns desconhecidos em um carro da marca Audi tentaram ontem à noite várias vezes colidir contra o automóvel de Tadic. No ataque, um dos veículos que escoltavam o presidente ficou destruído. Depois de bater no carro onde estava o presidente, o Audi fugiu em uma direção desconhecida, segundo a nota do gabinete presidencial.

"Essa é uma profissão de risco, especialmente na Sérvia", disse Tadic ao responder às perguntas dos jornalistas sobre as ameaças de morte que recebeu por defender a plena cooperação com o Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia (TPII).

O presidente sérvio disse também ter sido ameaçado na época em que era ministro da Defesa de Sérvia e Montenegro, entre março de 2003 e abril de 2004.

Um jornal sérvio da Alemanha informou há uma semana que uma desconhecida organização patriótica sérvia enviou à embaixada de Sérvia e Montenegro em Viena uma carta na qual Tadic e o ministro de Exteriores, Vuk Draskovic, eram ameaçados de morte porque lutavam pela transferência de acusados de crimes de guerra ao TPII.

Na carta acusava Tadic e Draskovic de trair os interesses nacionais e ameaçava matá-los se fossem à capital austríaca, segundo o jornal.

Pelos mesmos motivos, o presidente de Sérvia e Montenegro, Svetozar Marovic, também recebeu várias ameaças anônimas, informou hoje a imprensa local, que cita fontes do gabinete presidencial. A polícia da Sérvia ainda não emitiu um comunicado sobre o atentado contra Tadic.

O jornal Vecernje Novosti afirmou hoje que o ataque contra o presidente foi aparentemente bem planejado. A publicação assinala que os agentes de segurança de Tadic tinham notado que o Audi preto seguia o comboio e, por isso, reagiram quando o carro tentou colidir com o veículo no qual Tadic estava.

O veículo de escolta que estava atrás do carro de Tadic fechou o Audi, com o qual se chocou. O jornal afirma que o Audi era de Belgrado e que os agentes de segurança do presidente conseguiram ver os primeiros dois números da placa.

Depois do ataque, o presidente foi acompanhado sob fortes medidas de segurança a sua residência, enquanto a polícia já procurava os autores do atentado.

Tadic, de 45 anos, assumiu o comando do Estado sérvio em julho passado, duas semanas após vencer as eleições presidenciais. O ex-líder do DS e primeiro-ministro da Sérvia, Zoran Djindjic, foi assassinado a tiros em Belgrado em 12 de março de 2003, presumivelmente pelo principal grupo mafioso de Belgrado à época, o Clã de Zemun, e seus comparsas na polícia.

Três semanas antes, o mesmo grupo tinha perpetrado outro atentado contra Djindjic, que no primeiro momento pareceu ser um acidente de trânsito. Na ocasião, um caminhão tentou fechar o comboio do primeiro-ministro, mas o motorista de Djindjic conseguiu evitar uma batida.

O julgamento dos 13 acusados pelo atentado, dos quais sete são processados à revelia, começou há um ano em Belgrado.




Fonte: EFE

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