Preconceito impede o maior consumo da carne de búfalo no Pará

O Pará é o estado que tem a maior criação de búfalos no país. São aproximadamente 7 milhões de cabeças número equivalente ao de bovinos na região. De acordo com a veterinária e criadora de búfalos há 40 anos, Sílvia Aguiar, essa produtividade se deve a dois fatores que são a adaptação do animal às condições climáticas e a alta lucratividade.

Na opinião de Sílvia, o Pará é o "paraíso dos búfalos". Ela informa que os custos para a criação do animal são bem inferiores aos dispendidos com o gado. "Os bubalinos pastam em áreas alagadas e até submersas. Eles conseguem comer nadando. O Nelore, por exemplo, não come onde seu casco fica molhado. Isto dificulta sua sobrevivência nesta área", explica.

A veterinária afirma que um quilo da carne do animal custa, em média, R$ 3,00 para o consumidor. "Mas quem lucra neste processo é o açougueiro, que mistura carne de primeira com a de búfalo. Muita gente já comeu e nem sabe", alerta Sílvia. De acordo com ela, esta mistura acontece porque o preconceito da população com relação ao búfalo restringe as vendas.

A veterinária Rosane Collares ressalta que o consumo da carne de búfalo é saudável. Ela diz que a sua carne contém 60% menos gordura que a carne de gado, de acordo com estudos da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos. "É uma comida oferecida para cardíacos e doentes", acentua.

As duas veterinárias concordam que a venda da carne do animal é reduzida por falta de divulgação de seus benefícios. "É preciso um trabalho de publicidade para mostrar todas as suas qualidades", analisa Sílvia.