Al-Qaeda promete continuar ataques contra EUA

A Al-Qaeda manterá sua luta contra os Estados Unidos enquanto esse país não mudar sua política em relação aos muçulmanos, afirmou Ayman Al-Zawahri, número dois da rede liderada por Osama Bin Laden em um novo vídeo difundido hoje pela rede de TV Al-Jazira. Aparentando bom estado de saúde, usando um turbante branco e tendo ao lado um fuzil de assalto, Zawahri também ameaçou Arábia Saudita, Egito e Paquistão "Somos uma nação de paciência e iremos continuar combatendo você (Estados Unidos) até a última hora", disse Zawahri. "Vocês (americanos) devem saber que somos a nação da paciência e da perseverança (...) Continuaremos com o combate contra vocês até o fim dos tempos", afirmou o líder. "Os resultados das ações americanas não nos interessam. O que nos importa é o modo com que os Estados Unidos se comportam em relação aos muçulmanos", acrescentou.

"Dou um último conselho aos Estados Unidos (...). Devem escolher entre duas maneiras de se comportar com os muçulmanos: ou agem baseados no respeito e nos interesses comuns, ou se comportam como se fossem presas fáceis", declarou Zawahri

A mensagem parece ter sido gravada antes da vitória de George W. Bush sobre John Kerry nas eleições americanas de dois de novembro passado, já que Zawahri fala em "dois candidatos que estão na disputa para satisfazer Israel" e perpetuar "o crime cometido contra a Palestina há 87 anos".

Em 1917, o ministro britânico das Relações Exteriores, Arthur James Balfour, disse que "o governo de Sua Majestade considerava favorável o estabelecimento na Palestina de um território nacional para o povo judeu", lembrou Zawahri. "Digo ao povo americano: elejam qualquer um, Bush, Kerry ou o diabo, o resultado desta eleição não nos interessa, só nos interessa o comportamento dos Estados Unidos para com os muçulmanos", advertiu.

A Al-Jazira, que só divulgará alguns trechos do novo vídeo, informou que Zawahri também ameaçou Arábia Saudita, Egito e Paquistão. Segundo a TV do Qatar, Zawahri reprovou os sauditas "por terem introduzido as forças cruzadas na Península Arábica" e por "autorizar aviões americanos nos aeroportos sauditas para bombardear os muçulmanos no Iraque e Afeganistão".

Zawahri criticou o Egito pela "maneira que se comporta em relação à resistência palestina" e o presidente paquistanês, Pervez Musharraf, por "ter reconhecido Israel" e "ajudar (os americanos) a matarem os muçulmanos no Afeganistão e Waziristão".

Esta foi a 3ª aparição de Zawahri na Al-Jazira nos últimos três meses. Em nove de setembro, o médico egípcio previu a "derrota americana" no Iraque e em 1º de outubro convocou à "resistência contra a campanha dos cruzados".