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Nacional
Terça - 30 de Novembro de 2004 às 06:22
Por: Wilson Tosta

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Rio de Janeiro - Deputados da comissão formada para investigar a suspeita de envolvimento do ex-presidente da CPI da Loterj, Alessandro Calazans (em processo de expulsão do PV), com suposta tentativa de extorsão decidiram hoje à tarde pedir à Mesa Diretora a abertura de processo por quebra de decoro contra o parlamentar.

O grupo, com integrantes da Corregedoria e da Mesa, resolveu que o laudo da Unicamp sobre a fita com a conversa de Calazans com um emissário do empresário Carlos Ramos, o Carlinhos Cachoeira, vale como prova. A Mesa Diretora discute o caso hoje. Calazans contestou a perícia e reafirmou ser inocente.

"Entendemos que o deputado sabia da negociação", disse o corregedor-geral da Alerj, deputado Leandro Sampaio (PMDB). "Pelo menos, de uma tentativa de negociação, com um emissário do senhor Calos Cachoeira. Entendemos que não deveria se dar esse tipo de conversa no ambiente da Alerj."

Segundo Sampaio, a decisão de encaminhar o pedido de abertura de processo foi unânime. "Tínhamos certo que a fita é verdadeira, a voz é dele, o laudo é idôneo", declarou a vice-presidente da Alerj, Heloneida Studart (PT), também da comissão.

O grupo investigou a denúncia de que Calazans teria participado, com o deputado federal André Luiz (PMDB-RJ), de uma tentativa de extorquir dinheiro de Cachoeira para retirar seu nome ou aliviar sua situação na CPI da Loterj, que investigou o caso Waldomiro Diniz. Para isso, Jairo de Sousa, ligado a Cachoeira, teria feito a gravação da conversa, em 17 de agosto.

Defesa

De manhã, Calazans reuniu-se reservadamente com a comissão, para apresentar sua versão. Inicialmente, falou por cerca de meia hora, dizendo que nunca negou ter conversado com Sousa e lembrando que foi ele quem trouxe o nome do interlocutor, inicialmente oculto (sua existência fora revelada pela revista Veja).

Negou ter usado as expressões "um milhão e meio" e "andorinha" para se referir a um suposto "adiantamento" da propina. Também reafirmou que a perícia feita na fita pelo Laboratório de Fonética Forense e Processamento de Imagens da Unicamp é "imprestável", por ter falhas.




Fonte: Agência Estado

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