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Economia
Segunda - 29 de Novembro de 2004 às 14:23

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A queda no preço do dólar, no valor externo da mercadoria (compensado e madeira beneficiada) e das vendas no mercado lá fora, não são os únicos problemas causados pela excessiva oferta do produto no mercado mundial aos exportadores de Sinop. As dificuldades em manter produção e quadro de funcionários também estão tirando o sono de muitos empresários.

Para não ter que fechar as portas, muitos encontram nas demissões saídas para tentar contornar a situação. Um exemplo vem do empresário que também é vice-presidente da ABINCI (Associação Brasileira das Indústrias da Madeira Mecanicamente Processada), José Eduardo Pinto. Na empresa onde é sócio, emprega 400 funcionários -Sinop e Claudia (cerca de 80 quilômetros de Sinop) onde tem outras duas empresas-, as demissões já começaram. José Eduardo não sabe quantos já perderam o emprego no município vizinho mas aqui em Sinop, dos 285 funcionários, hoje 200 estão empregados. “Não vemos outra saída a não ser demitir. Já fizemos isso e acredito que outras ainda virão acontecer”, prevê. “Do jeito que a situação está, queda nas vendas no mercado externo e redução no preço da mercadoria, não dá para manter produção e quadro de funcionários como está. Teremos que demitir para não fechar as portas”, alertou.

Hoje, em Sinop, pelo menos 12 empresas trabalham com exportação de compensados e madeira beneficiada e a maioria também vive a mesma situação. “Não posso assegurar quantos funcionários já perderam seu emprego em Sinop mas as demissões estão acontecendo em todas as empresas que trabalham com exportação”, garantiu. “Todas estão na mesma situação”, completou.

De acordo com José Eduardo, uma das medidas que serão adotadas em sua empresa será a redução de turno de trabalho. Ele disse que irá acabar com um dos turnos e reduzir a produção. Medidas que acarretarão mais demissões. “Não estamos vendendo, a comercialização caiu, então não há motivos para continuarmos com a mesma produção. Se não vendemos temos que reduzir, custos, turno e quadro de funcionários”, justificou. “Quem ainda não reduziu turno e demitiu funcionários em breve fará”, salientou

A situação já está sendo sentida há alguns meses e agora chegou no seu ápice. José Eduardo disse que o setor não emprega há pelo menos dois meses e se as demissões continuarem um grande problema social não está descartado. “Infelizmente é conseqüência. Se não houver vagas em outros setores haverá um grande problema social”, prevê.

A redução nas vendas, provocada pela oferta excessiva do produto (compensado) no mercado mundial, fez cair pela metade às vendas em Sinop. Em épocas de boas vendas o município chega a exportar até 15 mil metros cúbicos por mês, hoje o que é exportado não passa dos 8 mil metros cúbicos.

Para agravar ainda mais a situação, a queda no preço do dólar, que nos últimos dias está oscilando nas casa dos R$ 2,72 (fechamento na sexta-feira) a R$ 2,78 e está provocando uma perda de R$ 200 por metro cúbico de madeira exportada, o preço da mercadoria também caiu no mercado externo. De acordo com a ABINCI (Associação Brasileira das Indústrias de Madeira Mecanicamente Processada) a redução do preço do compensado, por exemplo, foi, em média, US$ 120 por metro cúbico. O produto que antes era comercializado a US$ 380 o metro cúbico, hoje não sai por mais de US$ 260.




Fonte: Só Notícias

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