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Polícia Brasil
Segunda - 29 de Novembro de 2004 às 10:22
Por: Paulo Coelho

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O Grupo Especial de Fronteira (Gefron) conseguiu, em um ano e meio de existência, viabilizar a prisão de cerca de 200 criminosos, que usavam a rota da faixa de fronteira Mato Grosso-Bolívia para o contrabando e tráfico de drogas e animais. A informação é do coordenador o Gefron, coronel Leovaldo Sales.

“Se continuar nessa proporção, não vai muito tempo e o presídio de Cáceres não vai suportar tanto preso”, alertou, durante o segundo dia da operação “Tempestade”, realizada no fim de semana.

A faixa de fronteira ainda é conhecida como a rota do tráfico de drogas e de animais, embora o coordenador afirme que essa realidade vem mudando aos poucos.

Crimes como assaltos a caminhões e roubos de máquinas agrícolas também “eram comuns nesta região, mas que agora estão bem reduzidos”.

Não pensa assim o caminhoneiro Elson Wagner Ferreira, 41 anos.

“Trafegar aqui depois das 10 da noite é suicídio, eu só faço isso aqui quando tem dois ou três companheiros comigo” disse, afirmando desconhecer o significado de Gefron, mas negando já ter sido vítima de algum assalto ou roubo na região.

Violência mesmo existia antes da existência do Gefron, na faixa de fronteira, conforme salientou o frentista do Posto Monte Castelo, da comunidade de Vila Tabuleta (quilômetro 86 da BR-174), Juraci Luciano, 38 anos.

“Pra nós, melhorou muito. Aqui tinha muito assalto, coisa que a gente nem ouve falar mais”, frisou.

Entretanto, num dos poucos registros de crime, dentro da operação “Tempestade”, a barreira que o Gefron instalou na localidade de Corixa (a 50 quilômetros de San Matias, na Bolívia), dois homens foram detidos pelos policiais sob suspeita de crime de receptação de veículo.

Nelsi Lessa Fernandes, 26 anos e João da Cruz Toledo, 18 anos, conforme informações adquiridas via Ciosp, têm mandados de prisão em aberto. Eles foram presos na Bolívia, após fazer um assalto em San Matias.

Ambos foram encaminhados para o posto de Lagoa Verde, também coordenado pelo Gefron.

Segundo o coronel Sales, cerca de 40% dos crimes registrados pelo Gefron são ambientais, o que justifica as presenças da Fema e do Ibama na operação “Tempestade”.

No fim da tarde de sábado, o pecuarista Francisco Alves da Silva, 38 anos, tentava passar pela barreira com um jaboti, na carroceria de uma caminhonete.

Abordado, ele foi obrigado a devolver o animal ao habitat. “Eu estava levando para uma senhora fazer uma simpatia para a filha dela que tem paralisia, mas se estão mandando devolver, não tem problema”, explicou.

Conhecidas como “cabriteiras”, os caminhos alternativos criados por criminosos, com a criação do Gefron, têm sido os mais usados pelos traficantes. “Mas eles sempre chegam a um ponto convergente e é aí que nós atuamos”, lembrou Sales, apontando as motocicletas usadas pela guarnição.




Fonte: Folha do Estado

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