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Internacional
Sexta - 26 de Novembro de 2004 às 14:43

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Milhares de manifestantes cercaram prédios do governo ucraniano em Kiev, a capital do país, em protesto contra o resultado da eleição presidencial.

Entre os prédios cercados está a residência do presidente Leonid Kuchma, que apóia o candidato oficialmente eleito, Viktor Yanukovich, atual premiê do país.

Observadores eleitorais internacionais e membros da oposição não reconheceram o resultado e acusam o governo de ter sido conivente com supostas fraudes para favorecer Yanukovich.

Pelos resultados oficiais, Yanukovich venceu o pleito com 49,46% dos votos. Os eleitores teriam dado a seu rival, Viktor Yushchenko, um total de 46,61%.

Nas ruas

Milhares de pessoas estão acampadas há cinco dias nas ruas de Kiev para protestar contra o resultado da votação e afirmam que só irão se retirar se o resultado for anulado.

O bloqueio a prédios governamentais impediu que Kuchma participasse de um encontro com o embaixador da Holanda.

O ministro da economia da Ucrânia, Oleg Hayduk, renunciou ao cargo dizendo que não pode ficar no governo quando os resultados da eleição não são reconhecidos por qualquer país civilizado.

Encruzilhada

Em meio aos protestos, o chefe de Política Externa da União Européia, Javier Solana, chegou ao país para tentar encontrar uma solução para o impasse político no país e se encontrar com Yushchenko e Yanukovich.

O presidente da Polônia, Alexander Kwasniewski,aliado do presidente Kuchma, também está em Kiev para se encontrar com o líder ucraniano e os dois candidatos.

O ex-presidente da Polônia Lech Walesa já está em Kiev, a convite da oposição, também na tentativa de ajudar a resolver a situação.

Na quinta-feira, a Suprema Corte da Ucrânia suspendeu a publicação do resultado da eleição presidencial no país até que o recurso da oposição seja analisado, provavelmente na próxima semana.

"Até o término da análise do recurso, os resultados da eleição não podem ser publicados. Até chegarmos a uma decisão, o resultado não pode ser validado", disse Liana Shlyaposhnikova, uma porta-voz da Suprema Corte.

Yushchenko pediu que seja feita uma greve geral no país e disse esperar que centenas de milhares de manifestantes bloqueiem rodovias, estradas de ferro e aeroportos em protesto contra o resultado.

Choques

Os protestos contra o resultado eleitoral estão se espalhando para outros pontos do país além de Kiev.

Relatos vindos da cidade de Chernihiv, no norte ucraniano, dão conta de que houve enfrentamentos entre membros da oposição e policiais.

Segundo testemunhas, a polícia teria recorrido a bombas de gás lacrimogêneo e deram tiros para o alto.

Diversas pessoas envolvidas nos choques foram hospitalizadas com ferimentos na cabeça.




Fonte: BBC Brasil

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