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Saúde
Quinta - 25 de Novembro de 2004 às 08:20
Por: Gleid Moreira

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Ao menos 150 mil usuários dos mais de 30 planos de saúde de Mato Grosso estão sendo prejudicados com o descredenciamento de cerca de mil médicos. O fato se deve à reivindicação não atendida sobre divergências entre os profissionais e a direção das operadoras, conforme explicou na tarde de ontem o presidente do MT Saúde, Yuri Bastos Jorge. Ele relatou que o plano, que atende cerca de 27 mil servidores estaduais, encontra-se com 50% do atendimento comprometido.

O descredenciamento dos médicos teria ocorrido de forma individualizada e há cerca de dois anos a categoria vem lutando pela melhoria da remuneração nos atendimentos de usuários de planos de saúde.

De acordo com o presidente do Conselho Regional de Medicina, médico Alberto de Carvalho, de forma geral o reajuste da tabela não vinha sendo repassado aos médicos, e diversas negociações vêm sendo feitas com os planos de saúde, na tentativa de resolver o impasse. Por causa do descredenciamento, segundo Alberto, o que não chega a 60% dos profissionais que atendem em planos, todos estariam sendo prejudicados, mas principalmente o usuário.

Alberto ainda relatou que em alguns casos de urgência, o usuário tem de pagar as consultas ou exames e pegar um recibo para que possa ser ressarcido pelo plano.

O presidente do MT Saúde, Yuri Bastos, informou, no entanto, que a paralisação dos médicos não se trata de uma questão específica do plano de saúde do governo, mas também das cerca de 30 operadoras em Mato Grosso. Segundo ele, como o plano dos servidores do Estado tem os serviços terceirizados pelo Sesi Vida, Yuri disse que brevemente uma equipe de trabalho deverá estruturar o próprio credenciamento do MT Saúde. “Será uma rede pequena, enxuta, mas de qualidade. Uma rede com condições de atendimento da demanda, onde haverá experiência e capacitação dos profissionais”, destacou.

Com o atendimento comprometido em cerca de 50%, Yuri explicou que todo usuário do MT Saúde tem disponível o 0800 647 7770 para requerer qualquer especialidade médica que necessitar, pois, conforme frisou, a fase mais crítica no atendimento foi há duas semanas e, no momento, o problema já vem sendo contornado.

A categoria reivindica o reajuste de uma tabela que segundo os profissionais não tem reacerto há pelo menos 10 anos.

A reportagem tentou por dois dias contato com membros do Sindicato dos Médicos (Sindmed), mas sem sucesso. Com relação à Unidas de Mato Grosso, que detém 14 operadoras filiadas, inclusive o Sesi Vida, não houve resposta sobre o problema de descredenciamento, pelo fato da responsável pela empresa no Estado estar em viagem.

Problema não compromete cooperativa

Apesar da reivindicação dos profissionais da área médica ser generalizada, inclusive no restante do país, no plano de saúde Unimed, o problema de descredenciamento não comprometeu o atendimento, segundo o presidente da operadora, o médico Kamil Fares.

Há pelo menos dois meses, o problema que aflige milhares de usuários de outros planos não chegou à Unimed, porque de acordo com Kamil, os usuários são atendidos pelos próprios donos do plano, por tratar-se de uma cooperativa médica. “O cliente da Unimed é o único que é atendido pelo próprio dono”, frisou.

Mesmo não tendo sido atingido, o plano de saúde Unimed, de acordo com Kamil, já vem melhorando a remuneração dos profissionais e disse que em cerca de quatro meses, os médicos já tiveram quase 30% de reajuste no valor das consultas.

Relatou que uma das principais pautas de reivindicação dos profissionais é em torno da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), cuja tabela não vem sendo obedecida nos valores mínimos.




Fonte: Folha do Estado

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