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Repórter News - reporternews.com.br
Nacional
Quinta - 25 de Novembro de 2004 às 07:45

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O ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, disse ontem que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) autorizou o governo brasileiro a produzir urânio enriquecido na Indústria Nuclear do Brasil (INB), em Resende (RJ). Uma porta-voz da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), no entanto, disse que a análise ainda está em andamento.

O ministro informou a repórteres que a decisão foi tomada depois da visita de especialistas da AIEA à fábrica no início deste mês. Com isso, encerra-se meses de discussão sobre o acesso de inspetores da ONU à planta.

"A visita foi considerada plenamente bem-sucedida por ambas as partes", disse o ministro. "Isso significa que, do ponto de vista de salvaguardas internacionais, a planta da fábrica está em condição de iniciar a fase de comissionamento, com a introdução do gás de urânio UF6 a ser enriquecido." A fase de teste na usina do Estado do Rio, que vai produzir combustível para reatores nucleares, começará este ano, afirmou o ministro.

A porta-voz da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) disse: "Ainda estamos em processo de completar nossa avaliação da abordagem da inspeção para a planta de Resende." Para o presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear, Odair Gonçalves, a aprovação do desenho da planta pela agência da ONU é "a base" do sistema de inspeção.

Um diplomata europeu próximo à agência da ONU disse que "o acordo das inspeções parece estar próximo" e pode ser concluído em uma semana. Gonçalves disse que a AIEA concordou em não ter acesso visual as centrífugas da usina de Resende, um ponto no qual o governo brasileiro vem insistindo alegando a necessidade de proteção de sua tecnologia. "Eles concordaram que não é necessário acesso irrestrito", disse Gonçalves.

Os Estados Unidos vinham pressionando o governo brasileiro para o acesso total à planta de Resende alegando que a postura brasileira poderia incentivar países como o Irã a impedir a fiscalização de seus programas nucleares. O Brasil defende seu direito de produzir energia atômica alegando que a utilização de armas nucleares para fins não pacíficos é proibida pela sua constituição. O País tem a sexta maior reserva de urânio do mundo.

"O Brasil busca, já que tem urânio e tem usina e tem o conhecimento, a auto-suficiência para não gastar milhões de dólares todos os anos com uma logística extremamente complexa", disse o ministro Campos. Atualmente o Brasil embarca seu urânio para ser enriquecido no exterior e ser utilizado nas usinas de Angra I e Angra II. De acordo com Campos, o governo quer produzir urânio enriquecido suficiente para as duas usinas até 2010.




Fonte: Reuters

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