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Saúde
Terça - 23 de Novembro de 2004 às 15:05
Por: Jesiel Pinto

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A Secretaria de Estado de Saúde realizará na próxima segunda-feira (29.11) a primeira operação de correção de má formação da face. A operação será histórica porque se trata de um procedimento de correção de deformações da face, como o lábio leporino, a ausência de palato e a má formação craniana que será, pela primeira vez em Mato Grosso, feito com a cobertura do SUS, por meio de convenio com o Hospital Geral Universitário.

“Isso significa que os doentes, na sua maioria crianças com ocorrência de má formação da face, terão daqui por diante tratamento integral bancado pela rede do SUS/MT de deformações que requerem em média de 18 anos para serem resolvidas”, explicou o superintendente-adjunto de Atenção Integral à Saúde, Luiz Fernando Rogério. A operação será realizada no Hospital Geral Universitário e a paciente é um menina de 7 anos de idade que mora em Nortelândia.

Na rede particular, uma única intervenção cirúrgica para a correção de lábio leporino (o tratamento envolve a realização de várias delas) tem um custo aproximado de R$ 6 mil por cirurgia e não são realizadas no Estado. O coordenador Fabiano Borges, da Coordenadoria Especializada de Odontologia para Pacientes Especiais, disse que o benefício será estendido a milhares de pacientes que são discriminados socialmente por causa das más formações faciais.

Segundo Luiz Fernando, o diferencial do tratamento pelo SUS é a parte de reabilitação do paciente, que envolve diversos segmentos da saúde, como acompanhamento psicológico, assistentes sociais, médicos de diversas clínicas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas e dentistas — e que dura períodos que podem levar mais de 20 anos, junto com várias intervenções cirúrgicas. “O SUS vai cobrir todos esses custos, afirmou”. Já existem mais de 2 mil pacientes em tratamento fora do Estado e no aguardo na fila da Central de Regulação do SUS.

Os usuários do SUS que necessitam de cuidados para corrigir más formações faciais precisam buscar a atenção médica de uma Unidade de Saúde mais próxima de sua casa. Verificada a ocorrência de má formação facial, o médico o encaminhará para a Central de Regulação que agendará o atendimento junto à entidade hospitalar que realiza o procedimento, por enquanto o Hospital Geral Universitário com as demais faculdades de Saúde da UNIC.

O importante, como na maioria das doenças, é que os cuidados sejam prestados o mais cedo possível na vida do paciente de má formação facial. “Se essa menina, que agora tem 7 anos, fosse localizada ainda bebê, ela já poderia ter recebido as primeiras operações”, explicou Luiz Fernando Rogério.

Antes os pacientes tinham que ir para o Centrinho de Bauru, uma unidade da Universidade de São Paulo (USP), ou para Curitiba, para fazer a operação. Isso acarretava custos de hospedagem, alimentação e outros. O Hospital Geral Universitário deverá ser credenciado junto ao Ministério da Saúde para que o tratamento não sofra descontinuidade.

INTERIOR – A Superintendência Adjunta de Atenção Integral à Saúde está em contato com o Centrinho de Bauru, que é a mais prestigiada referência nacional do tratamento das más formações da face para a transferência de tecnologia, que será implantada no Hospital de Cáceres. “Já conseguimos uma verba de R$ 1,2 milhão, por emenda parlamentar, para a construção e adequação de uma ala do hospital que irá abrigar esse serviço”, disse Luiz Fernando.

Com isso, os portadores de má formação facial que moram no Norte do Estado, nos Estados do Pará, do Acre e Rondônia terão um centro de referência no tratamento da doença a que poderão recorrer.




Fonte: Secom - MT

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