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Nacional
Quinta - 18 de Novembro de 2004 às 12:02

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Exercícios simulados de guerra no Nordeste podem ajudar o Brasil a conquistar uma vaga de membro permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas. Na operação Cruzeiro do Sul 2004 (Cruzex), que já dura 12 dias, aviões brasileiros, venezuelanos, argentinos e franceses treinam para atender a qualquer convocação das Nações Unidas. As unidades aéreas dos quatro países formam uma Força de Coalizão (chamada de Azul) liderada pelo Brasil, que parte da Base Aérea de Natal (RN) com a missão de combater o inimigo virtual que está no Ceará (território chamado de Vermelho).

O comandante da Força de Coalizão, brigadeiro Geraldo Saboya Burnier, lembrou que nos últimos anos o Brasil tem participado de várias missões de paz na África e tem demonstrado capacidade de liderança e organização. Isso, segundo ele, é um ponto positivo para o Brasil conquistar uma vaga no Conselho de Segurança das Nações Unidas. "Ninguém consegue sentar no Conselho de Segurança da ONU se não tiver conhecimento do que se faz no conselho, das responsabilidades das Nações Unidas perante os vários conflitos no planeta. Uma das formas é demonstrar a capacidade que você tem de atuar em outras partes do mundo e isso nós só adquirimos treinando dessa forma", afirmou Burnier.

A Cruzex reúne 130 aviões e quase 2 mil militares nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco. Há quase dez dias, um cenário de guerra foi montado pela Força Aérea Brasileira para um exercício militar com a Argentina, a França e a Venezuela. O objetivo da operação, realizada em Fortaleza e em Natal, é treinar todos os participantes no planejamento de operações no mesmos moldes utilizados pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

O comandante de planejamento das Operações da Cruzex 2004, brigadeiro Roberto de Medeiros Dantas, explicou que mesmo durante os combates a negociação de paz continua. Quando não há acordo, a Força de Coalizão prossegue com os ataques. Para ele, o Brasil vem tendo uma participação muito boa, principalmente porque coube à Força Aérea Brasileira a liderança da Coalizão. "Numa situação real, compete à ONU a designação do país que vai liderar essa Força de Coalizão. Dentro desse cenário que nós criamos, coube ao Brasil ser o país anfitrião e organizador do planejamento", destacou.

De acordo com o brigadeiro Dantas, o sucesso da Cruzex 2004 vai somar muito para que o Brasil conquiste uma vaga permanente no Conselho de Segurança ONU. "A conquista será pelo trabalho, pela capacidade de poder se organizar, de poder interagir em proveito da paz", disse Dantas.

Considerada a maior operação dessa natureza realizada na América do Sul, a Cruzex trouxe para o Nordeste brasileiro o que há de melhor na aviação militar dos países participantes. Os franceses vieram com três caças Mirage e cinco F-16, além de dois helicópteros Cougar e a aeronave Awacs, um dos maiores destaques da manobra, pela sua tecnologia de reconhecimento e poder de detecção por radar. São destaques também os caças F-16 da Venezuela, os Mirage 2000 da França, os A-4 da Argentina e os F-5 Tiger II, A-1 AMX e F-103 Mirage do Brasil, além do R-99, aeronave brasileira com grande poder de inteligência, reconhecimento e vigilância.

Nesta quinta-feira, o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro-do-ar Luiz Carlos da Silva Bueno, recebe na Base Aérea de Natal, onde está instalado o centro de operações da Cruzex 2004, os principais representantes dos países que integram a Força de Coalizão: o tenente-brigadeiro Jean-Patrick Gaviar, da França; o brigadeiro general Carlos Alberto Rohde, da Argentina; e o general de brigada Henry Bravo Acurero, da Venezuela.




Fonte: Agência Brasil

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