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Terça - 16 de Novembro de 2004 às 13:59
Por: ROSANA PERSONA

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Animais no município de Colniza estão morrendo por intoxicação e parada cardíaca após ingestão da planta "tingui".

Pecuaristas das áreas de assentamento do município de Colniza (1.175 km de distância) receberam a visita do pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro do Instituto de Zootécnica, Carlos Hubinger Tokarnia e do diretor de operações da Empaer, Jaime Bom Despacho da Costa, que foram verificar in loco a morte de bovinos causada por uma planta pertencente ao gênero Mascagnia, da família Malpighiaceae, conhecida popularmente na região por "tingui", considerada letal apenas para bovinos.

Os pecuaristas do município há mais de três anos estão investigando a causa da morte do gado e recentemente descobriram que, conforme a ingestão da planta, ocorre morte súbita do animal.

O pesquisador Carlos relata que são conhecidas cinco espécies tóxicas do gênero Mascagnia no Brasil e ainda não se sabe qual espécie tem no município de Colniza. Segundo ele, existem algumas possibilidades de serem parecidas com espécies existentes e há outra possibilidade de se tratar de espécie cuja toxidez ainda não foi estudada.

"Todas elas são cipós ou arbustos escandentes (arbustos com ramos compridos) e tem como característica, frutos alados sob forma de borboleta. Possuem o sistema radicular (raízes) bem desenvolvido e somente ocorrem em terras férteis e todas têm as mesmas propriedades tóxicas. Afetam o funcionamento do coração, causando a morte do animal devido à insuficiência cardíaca aguda, ou seja, um colapso ou parada cardíaca" ressalta Hubinger.

As Mascagnias ou "tingui" como é conhecida na região, pertencem ao grupo de plantas que causam "morte súbita", conforme Tokarnia convencionou chamar no Brasil as plantas que ocasionam uma intoxicação de evolução superaguda devido à interferência no funcionamento do coração. Segundo dados do pesquisador, os animais de aparência sadios morrem de repente e em questão de minutos.

Alguns animais levam algumas horas para morrer. Também são encontrados animais mortos sem sintomas aparentes, e quando realizada a necropsia dá negativo. Outros exames revelam uma regressão no rim de forma degenerativa.

Para combater o problema e evitar a contaminação dos bovinos, o único método comprovadamente eficiente é a erradicação da planta arrancando com enxadão. Esse sistema prolifático é trabalhoso e precisa ser feito várias vezes para acabar com a planta no pasto. Os bovinos ingerem as folhas da planta em qualquer época do ano. Porém a intoxicação acontece mais no período de seca, quando a planta brota. No período de queimada favorece os casos de intoxicação, porque as Mascagnias têm raízes desenvolvidas, brotam rapidamente e nesse estado são suculentas e macias, constituindo perigo maior ainda.

ESPÉCIES TÓXICAS - Segundo Tokarnia, autor do livro plantas tóxicas no Brasil, existem cinco espécies tóxicas do gênero Mascagnia no país. A planta tóxica mais conhecida, a Mascagnia rígida, difundida e importante na região nordeste e sudeste, é conhecida popularmente de "tingui" e "timbó" (Ceará). Mascagnia elegans com distribuição limitada na região de Pernambuco é conhecida pelo nome popular "rabo-de-tatu". Mascagnia pubiflora uma das plantas tóxicas mais importantes no sul da região Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul) e áreas vizinhas da região sudeste (Goiás, Minhas Gerais e São Paulo) mais conhecida por "corona e cipó-prata". Mascagnia aff. rígida encontrada ao norte do Estado do Espírito Santo e Mascagnia sp, encontrada no sul do Brasil (Santa Catarina e Rio Grande do Sul) e não tem nome popular.




Fonte: Empaer

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