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Cidades/Geral
Terça - 16 de Novembro de 2004 às 09:21
Por: Celso Bejarano Jr.

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O juiz federal José Pires da Cunha prorrogou ontem por mais cinco dias a prisão de seis das nove pessoas presas quarta-feira passada na Operação Midas, ação da Polícia Federal que investiga a emissão de CND (Certidão Negativa de Débitos) a empresas que devem ao INSS de Cuiabá.

Três envolvidos foram soltos e outros três que estavam foragidos se entregaram entre a noite de sexta-feria (12) e manhã de sábado (13).

O procurador-chefe do INSS de Mato Grosso, Álvaro Marçal Mendonça, suposto chefe da trama fraudadora, foi mantido preso.

Embora não confirmada pela Polícia Federal, há a informação de que uma certidão negativa de débito era negociada por até R$ 60 mil.

Esse documento credencia qualquer empresa a participar de licitações ou então se beneficiar de programas patrocinados pelo governo.

De acordo com o delegado Renato Sayão, que conduziu a operação, tem empresas envolvidas no esquema que deve entre R$ 2 milhões e R$ 4 milhões à Previdência.

Na quarta-feira passada foram presas nove pessoas, cinco das quais em Cuiabá, uma em Dourados (MS), duas em Goiânia (GO) e uma em Itú, interior de São Paulo.

Na quinta-feira à noite, a polícia prendeu Rômulo Guedes, servidor da Justiça Federal em Cuiabá. Ele estava internado em uma clínica de recuperação para depressivos e dependentes de álcool no interior de São Paulo. Ele fora detido por suposta ligação com um dos participantes do esquema. Em conversa telefônica grampeada, Guedes sugeriu que podia influenciar em decisões judiciais.

O juiz José Pires da Cunha tinha decretado a prisão temporária desses envolvidos, cujos prazos expiraram ontem. Quem pediu a prorrogação das prisões foi o delegado da Polícia Federal Renato Sayão com o aval do Ministério Público Federal. Isso significa que os envolvidos vão ficar atrás das grades até sexta-feira que vem. Há recursos que podem mantê-los na prisão por mais tempo.

O juiz José Pires mandou soltar ontem o engenheiro Joel de Barros Fagundes Filho, o gerente de banco Cléber de Almeida Bastos e Heribaldo Menezes Santana, dono da HMS, empresa de consultoria jurídica que funciona no interior de São Paulo.

O dono da Rosche, empresa de Cuiabá, José Roberto Schmaltz, e seu funcionário Márcio Augusto Guariente se entregaram no fim da noite de sexta-feira. A Rosche, segundo a Polícia Federal, seria o empreendimento que mais obteve vantagens com a trama.

No sábado, apresentou-se à Justiça Federal o advogado e juiz aposentado Feiez Gattaz Júnior.

Foram mantidos presos, além do procurador-chefe do INSS Álvaro Marçal, Vandimilson Miguel dos Anjos, que seria o intermediador da negociata, o engenheiro Joel de Barros Fagundes Filho, James Santos Funaro, empregado da Rosche, Luis Fabiano Arantes Cassulino, empregado da HMS, escritório paulista, Alessandro Bernardes Machado, funcionário da Advocacia e Tribunais, empresa de Goiânia, e o advogado Rodrigo Jorte, ligado a essa empresa goiana e os três envolvidos que se entregaram no fim de semana.




Fonte: Folha do Estado

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