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Cidades/Geral
Sexta - 12 de Novembro de 2004 às 10:39
Por: CARLOS MARTINS

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Delegado diz que o alvo do pente-fino são aquelas cujos processos passaram pelas mãos do procurador-chefe. A força-tarefa que desmontou na quarta-feira um esquema de venda de certidões negativas de débito do INSS vai iniciar agora uma devassa em cerca de cem empresas no Estado que tiveram algum processo tramitando no órgão envolvendo o procurador-chefe do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) em Mato Grosso, Álvaro Marçal Mendonça. Acusado de receber dinheiro para beneficiar empresas, através de certidões fraudadas e de pareceres favoráveis, Mendonça foi preso na quarta-feira juntamente com mais oito pessoas em cinco estados, durante a Operação Midas. Ele estava em Bombinhas, litoral catarinense, participando de um encontro de procuradores e foi preso em seu apartamento no hotel pouco antes do início da reunião. “Juntamente com o INSS a Polícia Federal vai fazer um pente fino nestes procedimentos e estas empresas serão auditadas”, disse ontem o delegado Renato Sayão. Anteontem, juntamente com a chefe da divisão, a delegada Mirânjela Batista Leite vinda de Brasília, Sayão comandou em Cuiabá as prisões de quatro pessoas e as operações de busca e apreensão em 12 locais, incluindo o prédio do INSS, residências e escritórios dos acusados. Ontem, cinco dos nove presos foram ouvidos na sede da superintendência da PF, em Cuiabá. Na manhã desta sexta-feira deve chegar de Dourados (MS) um avião da PF trazendo Luiz Fabiano Arantes Cassulino, o último dos acusados. No mesmo avião foi embarcada em Campinas uma carga de documentos que lotaram duas caminhonetes e que foram apreendidos em Itu, cidade paulista onde funcionava o escritório da HMS, empresa envolvida no esquema. Pela manhã, o delegado Renato Sayão ouviu James Santos Funaro (funcionário da Rosch Administração Serviços e Informática) e o advogado Rodrigo Jorge, preso em Goiânia. Durante toda a tarde e parte da noite foram ouvidas mais três pessoas: Heribaldo Menezes de Santana, dono da HMS preso em Itu (SP); Alessandro Bernardes Machado, funcionário do escritório de Goiânia Advocacia e Tribunais; e o procurador Álvaro Marçal Mendonça. Como o processo corre em segredo de justiça, o delegado não deu detalhes do teor dos depoimentos, mas afirmou que os acusados se reservaram o direito de falar apenas em juízo. Nesta sexta-feira começarão a ser ouvidos os demais acusados: Vandimilson Miguel dos Anjos (acusado de intermediário), Joel de Barros Fagundes Filho (intermediário), Cléber de Almeida Bastos (funcionário do Bradesco) e Luiz Fabiano Arantes Cassulino (funcionário da HMS). Como a prisão temporária tem prazo de cinco dias (que termina no domingo), o delegado espera concluir os depoimentos no máximo até amanhã. Caso o delegado julgue necessário, poderá pedir a Justiça a prorrogação da prisão temporária por mais cinco dias. “Somente após ouvirmos todos os envolvidos é que poderemos decidir quais serão os próximos passos”, disse Renato Sayão.




Fonte: Diário de Cuiabá

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