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Agronegócios
Sexta - 12 de Novembro de 2004 às 10:28

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A escassez de milho no Nordeste fez com que o Governo Federal liberasse o PEP (Prêmio de Escoamento de Produto) aos compradores da região para transportar o produto e abastecer o mercado. A compra está sendo feita em Mato Grosso que está com os armazéns abarrotados com milho de safras passadas e o excedente é de cerca de 500 mil toneladas, segundo cálculos da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

Uma das exigências do PEP é que o valor da negociação do milho seja o preço mínimo estabelecido pelo governo, que é de R$ 11 a saca, e o dinheiro deve ser depositado na conta do produtor na hora da venda. Mas com o preço do milho em baixa os compradores do Nordeste, segundo a companhia, estão forçando os produtores mato-grossenses a devolverem R$ 2 por saca, ou seja, o preço de comercialização acaba sendo o mesmo praticado no mercado que hoje gira em torno de R$ 9 a R$ 10 a saca.

O alerta da Conab é para que os produtores não façam a venda do milho. “O produtor não tem que devolver nada ao adquirente, pois ele já recebe do governo um prêmio para escoar este produto”, alertou o supervisor regional da Conab em Mato Grosso, Ovídio Costa Miranda. "O que está acontecendo é um absurdo. Numa venda de 200 mil toneladas (3.333 sacas), por exemplo, o adquirente terá que pagar ao produtor R$ 40.026 mil mas com a exigência dos compradores na devolução de R$ 2 por saca o produtor terá que devolver cerca de R$ 7 mil. Isso não pode em hipótese alguma acontecer, pois ele (comprador) já está recebendo um prêmio do governo para escoar o produto na hora que ele faz a compra na bolsa de valores”, ressaltou.

Ovídio disse ao Só Notícias/Agronotícias que a Conab não tem como provar a negociação já que os depósitos são feitos diretamente na conta do produtor e não há documentos que provem o retorno do dinheiro. O pedido é para que os produtores colaborem para comprovar a irregularidade. “O que precisamos é que o produtor colabore e arme uma situação com documentos de que está realmente devolvendo esse dinheiro ao adquirente. Só assim é que poderemos acabar com essa armação”, orientou. “Queremos acabar com isso e punir os infratores, pois isso é crime”, destacou. “Sem a ajuda do produtor não poderemos fazer nada e ele está sendo o maior prejudicado na história, pois está entregando o produto com preço menor do que é legal e ajudando outro”, finalizou.

Conforme a Conab, hoje o valor do PEP varia entre R$ 2,30 a R$ 6,80 conforme a origem do produto e o destino. Hoje o valor que é pago aos compradores que vem buscar o produto no Nortão é o mais alto R$ 6,80.




Fonte: Só Notícias

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