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Polícia Brasil
Sexta - 12 de Novembro de 2004 às 10:21

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O jovem F.D.S, de 22 anos, foi preso ontem de madrugada acusado de passar 111 trotes no Ciosp (Centro Integrado de Operações em Segurança Pública). Ele foi detido por policiais militares no CPA IV, nas proximidades de um orelhão. A princípio, o jovem estava numa lanchonete e os PMs esperaram que ele retornasse ao telefone público. Ao ser detido, admitiu que recebia dinheiro e algumas trouxinhas de pasta-base para passar os trotes.

F.D. explicou que faz parte da gangue “Os Guerreiros”. No momento em que os policiais atendiam a “ocorrência” relatada pelo rapaz, os cúmplices praticavam furtos e algazarra. O F.D.S. ligava dizendo haver assalto. Horas depois, era um furto que tinha ocorrido naquela rua. Ele chegou a acionar também o Corpo de Bombeiros, que esteve no local para resgatar um rapaz supostamente ferido.

Segundo a Polícia Militar, nos últimos meses foram realizados daquele orelhão 111 trotes, mas não soube informar se todos eles foram feitos pelo jovem preso. “Os nossos registros mostram que foram 111 chamadas de ocorrências falsas vindas desse mesmo orelhão. Por isso, demos uma atenção especial para o caso”, um policial.

Os policiais acreditam que os integrantes da gangue se revezavam para fazer as ligações. F.D. esqueceu-se de que o Ciosp tem um identificador de chamadas, exatamente para evitar trotes.

O jovem acrescentou que eles também ligavam para um policial militar fazendo ameaças. Esse PM seria responsável pela prisão de alguns integrantes da gangue. Os policiais plantonistas não revelaram o nome do militar.

O delegado Marcelo Francisco Pinto, de plantão na Delegacia Metropolitana da capital, preencheu um termo circunstanciado por falsa comunicação de crime. Por se tratar de um crime de menor poder ofensivo, o caso será resolvido no Juizado Especial Criminal de Cuiabá. Para o jovem deverá ser aplicada uma pena alternativa e ele deverá entregar um sacolão, durante seis meses, para uma entidade filantrópica.

Um levantamento recente feito pela PM aponta que cerca de 45% das chamadas são falsas, obrigando os policiais a atender uma ocorrência inexistente. Com isso, além da perda de tempo, acabam gastando recursos públicos. Para isso, todas as chamadas são identificadas.




Fonte: Diário de Cuiabá

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