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Agronegócios
Quinta - 11 de Novembro de 2004 às 11:03

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O governo russo vai mandar uma missão técnica ao Brasil, no dia 15 de novembro, para visitar a região de Careiro do Várzea (AM), onde foi detectado um foco de febre aftosa em setembro passado. A descoberta levou o país a suspender as compras de carnes bovina, suína e de frango do Brasil.

O envio da missão, que chegará ao país seis dias antes do presidente russo Vladimir Putin, foi anunciado pelo chefe do Departamento Veterinário da Rússia, Eugene Nepoklonov em reunião ontem com o chefe do setor econômico da Embaixada do Brasil em Moscou, André Odembreit. A informação é de Cláudio Martins, diretor-executivo da Abef (reúne exportadores de frango), que falou com os representantes brasileiros em Moscou.

Segundo Martins, a missão vai visitar a região afetada pela aftosa e ver o que o Ministério da Agricultura está fazendo para controlar a doença. Só após a visita é que deve ser tomada uma decisão sobre o embargo. Martins disse que o envio da missão surpreendeu pois se imaginava que a suspensão seria levantada antes da visita do presidente russo. Ele acredita, agora, que o próprio Putin poderia anunciar o fim do embargo.

A manutenção da proibição preocupa o setor de carnes, apesar de segmentos como o de bovinos e frango ainda não terem sido afetados, já que a Rússia permitiu embarque de produto proveniente de animais abatidos antes de 20 de setembro, início do embargo.

Em outubro, as vendas de frango à Rússia cresceram (29,1%) em relação ao mesmo mês de 2003, alcançando 6,7 mil toneladas. "Mas poderíamos ter embarcado outras 3 mil toneladas não fosse a restrição russa", disse Martins. No total, em outubro, o Brasil exportou 219,3 mil toneladas de carne de frango, alta de 39,4% ante igual mês de 2003. A receita cresceu 44%, para US$ 217,8 milhões, segundo a Abef. Mais um vez, as vendas externas bateram recorde, em volume e receita, no acumulado até outubro. O faturamento alcançou US$ 2,145 bilhões, alta de 47%, e foram embarcadas 2,034 milhão de toneladas, crescimento de 26% no ano.

E a expectativa é de que o crescimento continue, já que a China, que tem uma comitiva visitando o Brasil, assinará protocolos sanitários com o país. Segundo Martins, a China importa 200 mil toneladas de frango/ano e o Brasil poderia conquistar 25% desse volume.




Fonte: Valor Econômico

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