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Economia
Quinta - 11 de Novembro de 2004 às 10:51

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O Brasil espera elevar para US$ 10 bilhões, em 2005, a corrente de comércio com a China. A estratégia de diversificação de produtos adotada nos últimos anos fez com que esse fluxo passasse de US$ 1,5 bilhão em 2000 para US$ 7 bilhões até setembro deste ano. Mas ainda é pouco, considerando que as vendas do Brasil para a China não chegam a representar 1% do total importado pelo país que mais cresce no mundo.

"No caso da China, ao contrário do que foi com o Japão, o Brasil tem conseguido exportar produtos de alto valor agregado", comenta o diretor do Departamento de Promoção Comercial do Itamaraty, embaixador Mário Vilalva. Além da soja, responsável por 29% das vendas para a China, o aço, suco de laranja, autopeças, peças para aeronaves e madeira processada são alguns dos produtos exportados.

O esforço para a troca de mercadorias entre Brasil e China inclui um agressivo programa de visitas, como a que autoridades e empresários chineses fazem esta semana ao Brasil, seis meses depois da maior missão empresarial brasileira ter sido levada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China.

Durante os dias em que o presidente chinês Hu Jintao estiver no Brasil, mais de 500 empresários brasileiros e chineses estarão trocando informações e, possivelmente, fechando negócios. Em Brasília, eles participam, amanhã (12), do seminário "Brasil-China: Conquistas e Desafios na Construção de uma Parceria Estratégica", a ser encerrado às 18h35, por Jintao. Além disso, os empresários se encontram em eventos no Rio de Janeiro e São Paulo.

No intermédio entre as duas visitas presidenciais, várias iniciativas foram tomadas pelo Brasil para inserção de suas mercadorias nas gôndolas chinesas.

Em junho, 85 empresas selecionadas pela Agência de Promoção das Exportações (Apex) realizaram rodadas de negócios. Em quatro dias de negócios, elas fecharam US$ 462 milhões em negócios, em áreas diversas como alimentos processados, calçados, equipamentos médico-hospitalares, móveis, vinhos e cachaça. "Os resultados imediatos que temos dos eventos são apenas uma pequena fotografia do momento. Não dá para calcular os efeitos do desenrolar das negociações depois deste primeiro contato. Só percebemos ao ser divulgado o resultado global das exportações, ao verificar que a pauta cresceu", comenta o presidente da Apex, Juan Quirós.

De 29 de outubro a 7 de novembro, os chineses tiveram a oportunidade de degustar moqueca, carne seca, cuscuz com camarão e outras iguarias típicas do Brasil, no Festival Gastronômico Brasileiro. Para os que gostaram, foram distribuídas receitas em Mandarim. Entre 8 de outubro e 10 de novembro, graças a um contrato com a Sugar, Cigarette & Wine Group, segundo maior atacadista chinês, o Brasil levou 800 produtos de 58 empresas a 1.156 supermercados e pontos de venda da China.

"A pauta de relação com a China ainda está concentrada em minério de ferro e soja. A maneira mais rápida que temos para implementar o esforço de diversificar a pauta é não apenas participar de um evento ou outro, mas ter uma presença constante no país", diz Quirós, ao informar que no próximo ano haverá 15 eventos semelhantes na China.




Fonte: Agência Brasil

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