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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Quarta - 10 de Novembro de 2004 às 18:49

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Com a fisionomia fechada, o presidente da França, Jacques Chirac, prestou homenagem nesta quarta-feira aos nove soldados mortos no ataque aéreo á base francesa em Bouaké, na Costa do Marfim.

Horas antes, Chirac pediu às autoridades do país africano que assumam suas responsabilidades no que diz respeito à ordem pública.

"Os soldados franceses foram defender o direito e assegurar a segurança de um país amigo e foram covardemente atacados, vítimas de uma agressão que nada justifica", disse Chirac sobre o ataque aos militares, que estavam na Costa do Marfim há apenas um mês.

Depois de uma cerimônia fechada na catedral de São Luis de los Inválidos, Chirac comandou a entrega póstuma da Legião de Honra aos soldados falecidos no bombardeio em Bouaké.

Depois do ataque, classificado como "deliberado" pelos franceses e de "estúpido" por militares americanos, Chirac ordenou a destruição da força aérea da Costa do Mafim, que violou o cessar-fogo vigiado pelos mais de 10.000, entre militares da França e soldados da Operação da ONU na Costa do Marfim (ONUCI).

Também hoje, começou a retirada dos estrangeiros residentes na Costa do Marfim, após a escalada da violência no país resultante dos incidentes militares.

Para atender aos pedidos de repatriação de muitos dos 14.000 franceses residentes no país africano, o governo francês fretou quatro aviões e os enviou para a capital Abidjan. Três deles, que trazem 843 pessoas, devem chegar ao aeroporto de Roissy-Charles de Gaulle, em Paris, esta noite.

Estabelecimentos franceses na Costa do Marfim, como escolas e lojas, foram atacados pela população local depois que as forças armadas francesas destruíram a força aérea do país africano.

O porta-voz da diplomacia francesa, Hervé Ladsous, afirmou que outros vôos estão previstos para os próximos dias em função da demanda da comunidade francesa na Costa do Marfim.

Em uma amostra da importância que poderiam adquirir a retirada de franceses da Costa do Marfim nos próximos dias, o primeiro-ministro Jean-Pierre Raffarin assinou hoje um decreto que permite ao governo requisitar aviões de companhias aéreas, assim como seu pessoal.

Outros países, como a Espanha, também enviaram aviões para retirar seus cidadãos da antiga colônia francesa, dividida entre o regime de Laurent Gbagbo e os rebeldes desde a rebelião de setembro de 2002.

A França negocia, junto com a comunidade internacional, para que o conflito no país africano seja resolvido com base nos acordos de paz de Marcoussis, assinados em janeiro de 2003 e ratificados em julho passado em Acra.

Para resolver a situação, o governo francês dá especial importância ao projeto de resolução sobre a Costa do Marfim que tem votação prevista para hoje no Conselho de Segurança da ONU.

O texto inclui um conjunto de sanções, embora as medidas não chamadas desta forma, que incluem um embargo sobre a venda de armas, o bloqueio dos ativos do país no exterior e a proibição de um grupo de pessoas de viajar.




Fonte: EFE

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