"Ele é uma boa pessoa, mas tem que fazer um tratamento. Ele está jogando fora um grande momento na vida dele. O Flamengo seria a grande oportunidade dele se recuperar e ele está jogando isso fora. Por isso eu fico triste. Não é mais responsabilidade do Flamengo", lamentou Zinho.
Adriano prometeu ao dirigente que vai aparecer no clube na quarta-feira para se despedir dos companheiros - a divulgação de uma nota por meio de sua assessoria de imprensa foi muito criticada por Zinho. Depois das suas últimas faltas aos treinamentos, o jogador pediu a rescisão de seu compromisso que iria até o fim do ano e previa pagamentos por jogo - o contrato de imagem já havia sido rompido após as três primeiras ausências do atleta. O Flamengo analisa juridicamente a situação, mas considera não ter nenhum débito com o centroavante.
"Foi ele que tomou a decisão, não foi o Flamengo que mandou ele embora. Não estou preocupado em ser vilão ou não. O clube está muito protegido em tudo. Conversei com os torcedores do Flamengo e todo mundo adora o Adriano, mas ele mesmo não está fazendo por onde. Acho que esta definição é boa para ele e boa para o Flamengo", afirmou Zinho.
O dirigente garantiu que vai continuar dando conselhos ao jogador mesmo que ele não tenha mais vínculo com o Flamengo. "Vou seguir sendo amigo dele. Moramos no mesmo condomínio. Independente do Flamengo, não vou desistir do Adriano, de recuperar o ser humano. Mas é uma missão particular minha. Não sei se vou ter sucesso. Profissionalmente, chegou no limite. Vou continuar pegando no pé dele para que ele se recupere no sentido psicológico e espiritual".
Para Zinho, Adriano está fazendo escolhas erradas. "O atleta não progride porque ele erra nas outras áreas", opinou o dirigente, que criticou o vídeo em que o jogador aparece em uma casa de shows logo depois de pedir dispensa do Flamengo dando "declarações irresponsáveis" em que afirmava "ser de favela mesmo". "O que ele fez não é de uma pessoa que está normal. Não é errado ser de favela. Eu vim de Nova Iguaçu e continuo tendo amizade com muita gente de lá, indo lá, minha irmã e meu pai moram lá. Nem por isso tenho condutas diferentes de um profissional", ponderou.
O dirigente rubro-negro evitou dar declarações que comprometessem a saúde de Adriano, cuja dependência em álcool é muito lembrada. "Eu não sou médico", declarou, embora frequentemente tenha falado que o lado emocional do jogador não está bem. Zinho acredita que ele teve oportunidade para se recuperar.
"O Flamengo seria a grande oportunidade dele se recuperar. Dentro do clube a gente tem uma estrutura que poderia ajudar ele no campo emocional. No profissional, momentaneamente, a gente estava sem este profissional. Por isso indicamos um que pudesse tratá-lo, mas ele não foi. Um clube como o Flamengo motiva qualquer ser humano. Infelizmente ele não teve a motivação para se recuperar totalmente", disse Zinho.
Como o Flamengo passa por eleições no final do ano e a permanência de Zinho na direção é incerta, ele evitou prever se o Flamengo vai reabrir as portas para Adriano no futuro. "Meu contrato vai até o final do ano, então não tenho como prometer nada", disse.
Comentários