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Polícia Brasil
Terça - 06 de Novembro de 2012 às 17:02
Por: Marcellus Madureira

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Marcellus Madureira
Policiais armados fazem a escolta do goleiro Bruno enquanto ele depõe na Grande BH
Policiais armados fazem a escolta do goleiro Bruno enquanto ele depõe na Grande BH

Após quase três horas de depoimento na delegacia da Polícia Civil de Ribeirão das Neves, região metropolitana de Belo Horizonte, o goleiro Bruno foi completamente descartado de um novo crime, que aconteceu em janeiro de 2011.

O ex-jogador do Flamengo foi apontado na morte da irmã da mulher que ficou com seu filho Bruninho, no caso do desaparecimento de Eliza Samúdio. De acordo com o delegado responsável pelo Inquérito, Márcio Rocha, Graziele Beatriz Leal foi assassinada por engano.

Na versão apresentada pelo delegado, quem estava marcada para morrer era Geisla Leal, irmã de Graziele. Ela tinha envolvimento com tráfico de drogas em Ribeirão das Neves e devia cerca de R$ 600 para o crime. Porém, durante as investigações, um dos suspeitos apontou que Graziele era babá das filhas de Bruno e foi assassinada por saber demais. No depoimento na manhã desta terça-feira, o goleiro afirmou não conhecer nenhuma das duas irmãs e confirmou que quem cuidava de suas filhas eram duas babás do Rio de Janeiro.

"A participação do Bruno está por satisfeito para mim. Vou consultar alguns familiares e a Dayane, mas o Bruno tudo bem. Sabendo do fato que ela nunca foi babá das filhas do Bruno, automaticamente a gente descarta a participação dele", finalizou o Delegado Márcio Rocha.

Os principais suspeitos pelo crime já estão presos. São eles: Daniel Lourenço Maciel da Silva, Cláudio Marcos Maciel e Wellington Reginaldo de Jesus.

O caso Bruno
Eliza desapareceu no dia 4 de junho de 2010 quando teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano anterior, a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a agrediu para que ela tomasse remédios abortivos. Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para pedir o reconhecimento da paternidade de Bruno.

No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. Na noite do dia 25 de junho, a polícia foi ao local e recebeu a informação de que o bebê apontado como filho do atleta, então com 4 meses, estava lá. A então mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, negou a presença da criança na propriedade. No entanto, durante depoimento, um dos amigos de Bruno afirmou que havia entregado o menino na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi encontrado.

Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza seguindo denúncias anônimas, em entrevista a uma rádio no dia 6 de julho, um motorista de ônibus disse que seu sobrinho participou do crime e contou em detalhes como Eliza foi assassinada. O menor citado pelo motorista foi apreendido na casa de Bruno no Rio. Ele é primo do goleiro e, em dois depoimentos, admitiu participação no crime. Segundo a polícia, o jovem de 17 anos relatou que a ex-amante de Bruno foi levada do Rio para Minas, mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola ou Neném, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães.

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Todos negam participação e se recusaram a prestar depoimento à polícia, decidindo falar apenas em juízo.

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. Além dos oito que foram presos inicialmente, a investigação apontou a participação de uma namorada do goleiro, Fernanda Gomes Castro, que também foi indiciada e detida. O Ministério Público concordou com o relatório policial e ofereceu denúncia à Justiça, que aceitou e tornou réus todos os envolvidos. O jovem de 17 anos, embora tenha negado em depoimentos posteriores ter visto a morte de Eliza, foi condenado no dia 9 de agosto pela participação no crime e cumprirá medida socioeducativa de internação por prazo indeterminado.

No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão por cárcere privado, lesão corporal e constrangimento ilegal, e seu amigo, três anos de reclusão por cárcere privado. Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola serão levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson também irão a júri popular, mas por sequestro e cárcere privado. Além disso, a juíza decidiu pela revogação da prisão preventiva dos quatro. Flávio, que já havia sido libertado após ser excluído do pedido de MP para levar os réus a júri popular, foi absolvido. Além disso, nenhum deles responderá pelo crime de corrupção de menores.





Fonte: Terra

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