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Internacional
Terça - 09 de Novembro de 2004 às 10:25

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Militares americanos e iraquianos avançaram pelo menos um quilômetro em direção ao centro de Falluja em meio a violentos combates contra militantes da resistência iraquiana.

A megaofensiva militar foi lançada na noite de segunda-feira e conta com até 15 mil soldados. Os insurgentes reagiram à megaofensiva e realizaram uma série de ataques em outras cidades da região de Falluja.

Paul Wood, correspondente da BBC sujeito às restrições impostas pelos militares, disse que o batalhão que acompanha sofreu suas primeiras baixas quando avançava pelas ruas da cidade.

As tropas foram recebidas pelos insurgentes com disparos de armas de fogo de pequeno porte, morteiros e lançadores de granada. As forças americanas reagiram com o apoio de helicópteros, mísseis, tanques e grandes bombas, que sacudiram a região.

Vítimas Nas primeiras horas da ofensiva, os soldados americanos tomaram a estação ferroviária de Falluja e tropas iraquianas passaram a ocupar o local.

Ainda não há relatos sobre o número de vítimas civis do ataque militar. Estima-se que 100 mil civis tenham permanecido na cidade.

Falluja tinha mais de 250 mil habitantes. Acredita-se que grande parte deles fugiu para outras localidades, mas dezenas de milhares ainda se encontram no perímetro urbano.

A cidade está isolada pelas tropas americanas e iraquianas, e todos os homens entre 15 e 55 anos foram proibidos de sair de suas casas.

Resistência

De acordo com Paul Wood, a resistência em Falluja preparou sistemas para detonar seqüências de bombas plantadas nas principais vias de acesso à cidade. Cordas de até cem metros de comprimento foram usadas para detonar os explosivos.

Na cidade de Baquba, ao norte de Bagdá, delegacias de polícia foram atacadas por militantes rebeldes. Relatos indicam que muitos policiais foram mortos ou feridos nesses ataques.

Em Kirkuk, no norte do Iraque, pelo menos dois iraquianos foram mortos em um atentado suicida com um carro-bomba contra uma base da Guarda Nacional. Outras explosões foram registradas na capital iraquiana, Bagdá.

Em meio aos combates, o principal partido político sunita do Iraque anunciou a sua retirada do governo interino iraquiano em um protesto contra a megaofensiva em Falluja.

Vietnã

Militares americanos afirmaram que a batalha de Falluja deve ser uma das mais sangrentas envolvendo tropas dos Estados Unidos desde a Guerra do Vietnã.

Pouco antes da invasão, o discurso dos militares americanos para suas tropas era de que Falluja havia sido tomada por "bandidos e assassinos" e deveria ser liberada.

A justificativa dos Estados Unidos para a invasão da cidade é "limpá-la" de insurgentes que tentariam atrapalhar os planos para a realização de eleições no Iraque, em janeiro.

Na segunda-feira, o primeiro-ministro interino do Iraque, Ayad Allawi, autorizou o início do ataque e anunciou um pacote de medidas de emergência para conter a escalada de violência no país.

Depois de declarar estado de emergência no país, o primeiro-ministro decretou um toque de recolher em Falluja e anunciou o fechamento do aeroporto de Bagdá por 48 horas.

As fronteiras do Iraque com a Jordânia e com a Síria também foram fechadas para qualquer tipo de transporte, exceto o de mantimentos essenciais.




Fonte: BBC Brasil

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