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Terça - 09 de Novembro de 2004 às 09:35
Por: MARIA ANGÉLICA OLIVEIRA

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Monomotor pertencia aos parlamentares petistas Carlos Abicalil e Ságuas Moraes, que não estavam no vôo.

Uma equipe do Departamento de Aviação Civil (DAC) chega hoje de manhã a Juína para vistoriar o local onde caiu o monomotor Corisco PT-NYS 711296 de propriedade do deputado estadual Ságuas Moraes (PT) e do deputado federal Carlos Abicallil (PT), que não estavam na aeronave. Sete pessoas morreram. Ontem uma equipe composta por quatro agentes da Polícia Civil e um delegado passou o dia na fazenda levantando informações sobre a causa do acidente.

Na aeronave, estava uma família de fazendeiros e madeireiros da região. Morreram Maria Conceição Martins e filha dela, Eliane Martins, que não tiveram a idade revelada pela polícia. Viajavam também Paulo Antônio Prado, de 36 anos, a esposa Cleonice Ribeiro Prado, de 29, o filho do casal Mateus, de dois anos, e a estudante Ingrid Ribeiro Setrin, de 9, filha do primeiro casamento de Cleonice. O piloto da aeronave era Alex Semensato, de 27 anos, que prestava serviço para os dois deputados.

O acidente ocorreu na fazenda Modelo por volta das 16h30 do domingo. O local fica no município de Aripuanã. A família havia saído de Juína de manhã para participar de um almoço na fazenda. Eles voaram cerca 25 minutos para percorrer a distância de 130 quilômetros.

O monomotor teria decolado às 16h30 para retornar a Juína. Segundo informações da assessoria de imprensa do deputado, a aeronave teria caído em um pasto cerca de cinco minutos após a decolagem. Os destroços foram localizados pelo pai do piloto, Elídio Semensato (também piloto), que sobrevoou o local. Alex tinha nove anos de experiência.

A equipe do DAC é composta pelo chefe da Seção de Investigação da Aeronáutica, major Sérgio Alexandre Rau, e por mais um funcionário. Eles deverão ficar até dois dias na região coletando dados do piloto, da aeronave, do local do acidente e dos proprietários. O material dará subsídio a uma investigação. O prazo para conclusão do relatório é de 60 dias, prorrogáveis por mais 30.

O sargento calcula que pode haver demora nas investigações por causa da gravidade do acidente, que demandaria análises mais detalhadas. O resultado será encaminhado para o Centro Nacional de Investigação de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos. As informações serão usadas pela Aeronáutica para contribuir na prevenção de acidentes.

Segundo informações da imprensa de Juína, o avião foi encontrado a 1,5 mil metros da cabeceira da pista da fazenda, com o bico virado para o ponto de decolagem. A posição do Corisco sugere que ao perceber que havia problemas no motor, o piloto tenha tentado voltar, mas a aeronave caiu antes.

Segundo Ságuas Moraes, que está em Juína, há informações preliminares de que as condições do tempo estavam boas. O avião, fabricado em 1980, havia sido comprado há três meses. “Rodamos 110 horas nele durante a campanha sem problema nenhum”, disse deputado estadual ontem pela manhã.

O parlamentar informou ainda que a aeronave passou por diversas revisões, obrigatórias a cada 50 horas de vôo. Durante a campanha eleitoral, o deputado passou por um momento de apreensão com o Corisco. Ele viajava, com Alex Semensato, para o município de Feliz Natal. Mas o mau tempo obrigou o piloto a fazer um pouso forçado na pista de uma fazenda na região do rio Xingu. “Dormimos lá e seguimos viagem no dia seguinte”, disse”.

Ontem à tarde, os corpos dos ocupantes foram liberados pelo IML. Paulo Prado deveria ser enterrado em São Paulo, onde mora sua família. Cleonice e os dois filhos seriam levados para Cacoal (RO). Os corpos de Maria da Conceição e da filha Eliane seriam enterrados em Juína. Alex deveria ser sepultado em Juruena, onde ele morava com a esposa e um filho de dois anos.




Fonte: Diário de Cuiabá

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