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Internacional
Segunda - 08 de Novembro de 2004 às 16:09

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As forças norte-americanas realizaram às 18h30 de hoje (13h30 de Brasília) um intenso ataque aéreo e terrestre na cidade rebelde de Faluja dando início a um ataque maciço para retomar a região. A ação foi autorizada pelo primeiro-ministro iraquiano, Iyad Alawi. Centenas de rebeldes respondem com fogo de morteiros, enquanto a população local, incitada a não cooperar com os EUA, se esconde em suas residências. Os Estados Unidos tentam sem êxito invadir Faluja, o principal foco de resistência no Iraque, desde abril. Washington e o governo de transição acreditam que o extremista jordaniano Abu Musab Al-Zarqawi, considerado a principal ameaça terrorista no Iraque, esteja escondido na região e oferecem US$ 25 milhões por informações que levem a ele.

No ataque aéreo, mais de 4 mil marines, fuzileiros navais, e soldados do Exército dos EUA entraram pelo nordesde da cidade. Artilharia, aviação e tanques participam na operação. A rede de TV Al-Jazira assegurou que as tropas americanas tomaram várias posições junto à ferrovia que atravessa a cidade de leste a oeste.

Menos de duas horas depois, forças terrestres da Primeira Divisão invadiram a zona próxima à estação central ferroviária, enquanto um grande número de marines entrou nos bairros de Askari e Ao Yolán, onde há suspeitas de grande concentração de rebeldes. A tomada foi batizada de "Operação Fúria Fantasma".

A influente Organização de Ulemás do Iraque afirmou que é ilícito ajudar as forças americanas que atacam a cidade e incentivou todos os iraquianos a ajudarem com alimentos e medicamentos os habitantes da cidade.

O clérigo radical xiita Moqtada Al-Sadr se pronunciou no mesmo sentido através de um comunicado emitido por seu escritório, no qual pediu que os membros da Guarda Nacional e da Polícia iraquiana não prestem nenhum tipo de ajuda às tropas americanas já que são uma força de ocupação.

Uma organização autodenominada "Conselho Consultivo dos Mujahedines de Faluja" proclamou através de alto-falantes que suas forças detiverem 36 soldados americanos nos combates travados no sul da cidade, informação que não foi confirmada por fontes dos EUA.

Hoje, Alawi fez uma visita inesperada a suas tropas postadas nos arredores da cidade rebelde e anunciou que a batalha iria começar assim que entrasse em vigor o toque de recolher decretado para as 18h (13h de Brasília). Allawi também disse que as fronteiras do país com Síria e Jordânia estão fechadas e que só será permitida a passagem de caminhões com alimentos.

O exército norte-americano fechou ontem os acessos à cidade de Faluja, enquanto bombardeou o sul e o leste da cidade. Com isso, Faluja está sem acesso de água e eletricidade e começa a sentir os efeitos do cerco do Exército americano. Médicos de hospitais locais afirmaram que a situação é difícil, com escassez de equipamentos médicos e cirúrgicos.

Nesta madrugada, O Exército norte-americano e as tropas iraquianas tomaram posse, sem resistência, do principal hospital de Faluja, além de duas pontes sobre o rio Eufrates.

Quase ao mesmo tempo, aviões de combate AC-130 lançaram várias salvas de projéteis sobre diversos imóveis no noroeste e o norte da cidade, bastião da insurgência iraquiana. Fogo de artilharia pesada bateu com intensidade bairros do norte e o sul, onde nas primeiras horas da manhã eram visíveis várias colunas de fumaça, informaram testemunhas entrevistados por canais de televisão árabes.

Mais tarde, 12 moradores de Falujah morreram em bombardeios contra o centro da cidade. Segundo Hazra Mohammadiya, autoridade local, dez pessoas morreram quando uma aeronave americana bombardeou uma casa localizada próxima à mesquita Faruk, no centro da cidade.

Duas horas mais tarde, um bombardeio alcançou um cemitério do Mártir quando se celebrava um funeral, matando outras duas pessoas de um cortejo fúnebre.




Fonte: AP

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