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Polícia Brasil
Terça - 06 de Novembro de 2012 às 15:06

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Rodinei Crescêncio
Delegado Wilson Rodrigues (foto) conduz apuração; dinheiro e ouro são apreendidos.
Delegado Wilson Rodrigues (foto) conduz apuração; dinheiro e ouro são apreendidos.
  A Polícia Federal com apoio do Ibama deflagrou, nesta terça (06), a Operação Eldorado. Cerca de 300 policiais desarticularam uma quadrilha que atuava na extração ilegal de ouro para posterior comercalização no Sistema Financeiro Nacional (SFN). Segundo o delegado Wilson Rodrigues de Souza Filho, que responde pela Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros e Desvio de Recursos Públicos, as investigações tiveram início em fevereiro deste ano. O delegado também disse que a quadrilha era extremamente organizada, com membros responsáveis pela extração do ouro, transporte da mercadoria ilegal e comercialização nos centros econômicos do país. “Foram constatados crimes ambientais como exploração ilegal de recursos minerais, destruição de áreas de preservação permanente e poluição. A organização criminosa cometeu também delito contra a ordem econômica usurpando bens da União e contra o Sistema Financeiro Nacional, além de lavagem de dinheiro”, explicou.

 

   A 5ª Vara da Justiça Federal de Mato Grosso expediu 64 mandados de busca e apreensão, 28 mandados de prisão temporária e 8 mandados de condução coercitiva, quando o investigado é “educadamente convidado” a acompanhar a autoridade policial até a delegacia para prestar esclarecimentos. Os mandados foram cumpridos nos Estados de Mato Grosso, Pará, Rondônia, Amazonas, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Prisões e apreensões foram executadas em Cuiabá, Alta Floresta, Matupá, Porto Velho (RO), Itauba (PA), São Paulo, Rio de Janeiro e Gravataí (RS).

   Em Cuiabá, os agentes da Polícia Federal prenderam pai e filho apontados como lideres do esquema criminoso. Valdemir e Artur Mello foram capturados no apartamento da família, situado na avenida Ipiranga, número 316, no edificio Momblant. No local, foram apreendidas cerca de 20 barras de ouro avaliadas em cerca de R$ 2 milhões.

   Em Alta Floresta, os policiais federais prenderam seis suspeitos de envolvimento no esquema criminoso. Já em Matupá, foram realizadas somente buscas em empresas, sindicatos e cooperativas de garimpeiros.

       O delegado Wilson também revelou que o ouro extraído das áreas indígenas e dos garimpos ilegais era adquirido por empresas DTVM"s (Distribuidoras de Títulos de Valores Mobiliários). De acordo com ele, após dissimular a origem, o ouro era vendido como ativo financeiro para investidores em São Paulo. “Em dez meses de investigação, foi possível constatar que uma das empresas distribuidoras, das três envolvidas no esquema, movimentou mais de R$ 150 milhões”, relatou.

   Um capitão da Marinha, que facilitava o transporte do ouro ilegal, está entre os presos. Indígenas de Mato Grosso, que não tiveram a etnia revelada pela Polícia Federal, também são investigados pela Operação Eldorado. “Apreendemos dinheiro e armas de fogo. Além disso, os agentes encontraram dragas ilegais em áreas de preservação ambiental. Novas informações serão divulgadas no final da operação”, concluiu.





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