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Internacional
Quarta - 03 de Novembro de 2004 às 15:11

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A agência nuclear da ONU deu sua aprovação preliminar à proposta de inspeção feita pelo Brasil, indicando que o impasse de meses sobre o enriquecimento de urânio poderia estar no fim, disseram diplomatas na quarta-feira.

Apesar de a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) não ter tomado nenhuma decisão definitiva, especialistas do órgão disseram que, aparentemente, o plano permitiria à agência obter garantias de que a usina de enriquecimento de urânio de Resende não está desviando urânio enriquecido para atividades secretas de desenvolvimento de armas atômicas.

"Eles (os inspetores da ONU) aprovaram, de modo geral, a proposta brasileira, que é baseada na que a AIEA usa para inspecionar o Urenco", disse um diplomata ocidental. O Urenco é um consórcio holandês, britânico e alemão para o enriquecimento de urânio.

O enriquecimento é um processo de purificação do urânio que permite que ele seja utilizado como combustível para usinas nucleares ou para a construção de bombas atômicas. O urânio para uso em armas normalmente é 20 vezes mais puro que o utilizado em usinas nucleares.

A aprovação preliminar aconteceu depois da análise das observações feitas pelos inspetores da ONU no Brasil no mês passado. O diplomata disse que a AIEA não terá acesso total à instalação de enriquecimento de urânio, mas veria o suficiente para ter certeza de que nenhum material poderia ser desviado sem seu conhecimento.

A proposta brasileira permite a inspeção das tubulações, das válvulas e das conexões das centrífugas da planta de Resende, mas o corpo das centrífugas permaneceria coberto. A AIEA não quis fazer comentários sobre o assunto.

A ONU e os Estados Unidos pressionam o Brasil para solucionar o impasse, para que não criem um precedente que poderia ser usado como exemplo por países como Irã e Coréia do Norte.

A planta de Resende só poderá começar a enriquecer urânio depois da aprovação da ONU. O governo diz que a tecnologia doméstica utilizada nas centrífugas é 30% mais eficiente e 25% mais barata que a usada na maioria das plantas norte-americanas, por isso o temor de que haja espionagem industrial.

O Brasil possui a sexta maior reserva conhecida de urânio do mundo.




Fonte: Reuters

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