Bin Laden promete retaliação por morte de iraquianos

O terrorista Osama Bin Laden declarou, em vídeo divulgado integralmente hoje na Internet, que o presidente norte-americano, George W. Bush, havia colocado o país em uma situação difícil ao invadir o Iraque e prometeu retaliar a morte de iraquianos. A fita tinha sido mostrada antes de forma parcial pela emissora de televisão árabe Al-Jazira.

No vídeo divulgado por um site usado por islamistas, enquanto eram anunciados os resultados da eleição presidencial norte-americana, Bin Laden afirmou que Bush tinha ignorado o conselho de não detonar "uma guerra injusta contra o Iraque, guerra essa para a qual não haveria fim." O vídeo pareceu ser a primeira ameaça direta do militante contra os Estados Unidos em vista da morte de iraquianos no país árabe.

Combatentes fiéis ao principal inimigo dos norte-americanos no Iraque, o militante jordaniano Abu Musab Al Zarqawi, juraram recentemente fidelidade ao líder da Al Qaeda. "O ouro negro (petróleo) cegou-o, e ele colocou seus interesses pessoais acima dos interesses gerais dos EUA. Então, aconteceu a guerra, muitos morreram, o dinheiro norte-americano foi desperdiçado e Bush viu-se atolado na lama no Iraque, o que ameaça seu futuro", disse Bin Laden no vídeo, datado de 24 de outubro.

"Mais de 15 mil dos nossos foram mortos e dezenas de milhares ficaram feridos. E mais de mil deles (norte-americanos) foram mortos e dezenas de milhares ficaram feridos. As mãos de Bush estão manchadas de sangue vindo dos dois lados por causa apenas do petróleo e para dar dinheiro a suas empresas particulares." "Lembrem-se de que para toda ação existe uma reação", afirmou o militante.

Essa é a primeira manifestação em vídeo de Bin Laden em mais de um ano e parecia ter por objetivo influenciar as eleições presidenciais nos EUA. O militante nascido na Arábia Saudita prometeu antes da guerra contra o Iraque, no ano passado, que a Al Qaeda atacaria qualquer país que desse apoio aos norte-americanos na invasão militar. Depois da ação militar, Bin Laden convocou uma guerra santa contra as forças dos EUA.