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Eleição americana muda pouco em relação ao Brasil
Um dos motivos apontados por analistas para o resultado apertado das eleições de 2000 foi a impressão geral de que havia pouca diferença entre os candidatos George W. Bush e o democrata Al Gore.
Agora, a previsão é de um resultado muito parecido, mas analistas apontam para a razão oposta: a profunda divisão na sociedade devido à guerra no Iraque, à "guerra ao terrorismo" e a temas domésticos, como empregos, impostos, aborto e casamento homossexual.
"Claramente, as propostas de John Kerry e de George W. Bush são bastante distintas tanto em questões domésticas quanto internacionais", afirma Stephen Wayne, professor do Departamento de Ciências Políticas da Universidade Georgetown, em Washington.
Para o Brasil e a América Latina, no entanto, as diferenças não seriam significativas sob um governo republicano ou democrata.
"Os Estados Unidos vão ter muitas preocupações no curto prazo, como o Iraque, a Coréia do Norte e o Irã, e a América Latina vai ficar em segundo plano", diz Peter Hakim, presidente do Diálogo Interamericano, uma instituição de pesquisa de Washington.
"Talvez negociações comerciais sejam um pouco mais fáceis com Bush e talvez Kerry seja um pouco menos agressivo com Cuba, mas não há diferenças fundamentais entre os dois candidatos (quanto à América Latina)", acrescenta Hakim.
Brasil
O pesquisador diz que as relações entre o Brasil e os Estados Unidos devem ser boas com qualquer um dos dois presidentes porque elas foram construídas sobre ações favoráveis aos dois países.
"A presença do Brasil no Haiti e a participação brasileira na organização do referendo na Venezuela, por exemplo, foram ações que atenderam aos interesses dos Estados Unidos e do Brasil ao mesmo tempo", disse.
Hakim observa, no entanto, que a atitude mais favorável ao multilateralismo demonstrada por Kerry pode ser favorável a relações mais tranqüilas com todo o mundo, e inclusive com os países da América Latina.
O pesquisador diz que, de maneira geral, os latino-americanos preferem as políticas sociais dos democratas, mas sabem que as negociações comerciais podem ser mais fáceis com republicanos.
Comunidade Internacional
O cientista político Stephen Wayne diz que existe uma disposição generalizada na comunidade internacional ao estabelecimento de melhores relações com os Estados Unidos.
Para Wayne, o senador John Kerry tem mais chances de conseguir uma reaproximação com a comunidade internacional, mas observa que isto exigiria medidas americanas em diversas áreas.
"Não se trata simplesmente de novas atitudes no Iraque, mas de mudar todo o modo como os Estados Unidos se relacionam hoje com o mundo. Algum tipo de discussão sobre o Protocolo de Kyoto (sobre mudanças climáticas), por exemplo, seria uma indicação importante."
Mas o pesquisador diz que o senador democrata poderia enfrentar dificuldades sérias para promover mudanças internas nos Estados Unidos.
Congresso
Além do presidente, também estão sendo eleitos deputados e senadores na votação desta terça-feira.
A Câmara de Deputados deve permanecer nas mãos dos republicanos e ainda há muita expectativa sobre a possibilidade de os democratas tomarem o controle do Senado.
"Em qualquer cenário, pelo menos uma das casas deve ficar na mão dos republicanos. Se ganhar as eleições, Kerry pode ter dificuldades para avançar com sua agenda em um Congresso dominado pela oposição", diz Wayne.
Segundo o professor, caso a vitória seja de Bush, é de se esperar um aumento no peso da Presidência da República no governo. "Uma reeleição vai endossar a presidência de George Bush", opina Wayne.
"O presidente e muitos de seus conselheiros acreditam que houve uma grande diluição nos poderes da presidência nos últimos 30 anos. Acho que um novo mandato de Bush seria acompanhado de um grande aumento no poder do Executivo, particularmente nos últimos dois anos de mandato."
Agora, a previsão é de um resultado muito parecido, mas analistas apontam para a razão oposta: a profunda divisão na sociedade devido à guerra no Iraque, à "guerra ao terrorismo" e a temas domésticos, como empregos, impostos, aborto e casamento homossexual.
"Claramente, as propostas de John Kerry e de George W. Bush são bastante distintas tanto em questões domésticas quanto internacionais", afirma Stephen Wayne, professor do Departamento de Ciências Políticas da Universidade Georgetown, em Washington.
Para o Brasil e a América Latina, no entanto, as diferenças não seriam significativas sob um governo republicano ou democrata.
"Os Estados Unidos vão ter muitas preocupações no curto prazo, como o Iraque, a Coréia do Norte e o Irã, e a América Latina vai ficar em segundo plano", diz Peter Hakim, presidente do Diálogo Interamericano, uma instituição de pesquisa de Washington.
"Talvez negociações comerciais sejam um pouco mais fáceis com Bush e talvez Kerry seja um pouco menos agressivo com Cuba, mas não há diferenças fundamentais entre os dois candidatos (quanto à América Latina)", acrescenta Hakim.
Brasil
O pesquisador diz que as relações entre o Brasil e os Estados Unidos devem ser boas com qualquer um dos dois presidentes porque elas foram construídas sobre ações favoráveis aos dois países.
"A presença do Brasil no Haiti e a participação brasileira na organização do referendo na Venezuela, por exemplo, foram ações que atenderam aos interesses dos Estados Unidos e do Brasil ao mesmo tempo", disse.
Hakim observa, no entanto, que a atitude mais favorável ao multilateralismo demonstrada por Kerry pode ser favorável a relações mais tranqüilas com todo o mundo, e inclusive com os países da América Latina.
O pesquisador diz que, de maneira geral, os latino-americanos preferem as políticas sociais dos democratas, mas sabem que as negociações comerciais podem ser mais fáceis com republicanos.
Comunidade Internacional
O cientista político Stephen Wayne diz que existe uma disposição generalizada na comunidade internacional ao estabelecimento de melhores relações com os Estados Unidos.
Para Wayne, o senador John Kerry tem mais chances de conseguir uma reaproximação com a comunidade internacional, mas observa que isto exigiria medidas americanas em diversas áreas.
"Não se trata simplesmente de novas atitudes no Iraque, mas de mudar todo o modo como os Estados Unidos se relacionam hoje com o mundo. Algum tipo de discussão sobre o Protocolo de Kyoto (sobre mudanças climáticas), por exemplo, seria uma indicação importante."
Mas o pesquisador diz que o senador democrata poderia enfrentar dificuldades sérias para promover mudanças internas nos Estados Unidos.
Congresso
Além do presidente, também estão sendo eleitos deputados e senadores na votação desta terça-feira.
A Câmara de Deputados deve permanecer nas mãos dos republicanos e ainda há muita expectativa sobre a possibilidade de os democratas tomarem o controle do Senado.
"Em qualquer cenário, pelo menos uma das casas deve ficar na mão dos republicanos. Se ganhar as eleições, Kerry pode ter dificuldades para avançar com sua agenda em um Congresso dominado pela oposição", diz Wayne.
Segundo o professor, caso a vitória seja de Bush, é de se esperar um aumento no peso da Presidência da República no governo. "Uma reeleição vai endossar a presidência de George Bush", opina Wayne.
"O presidente e muitos de seus conselheiros acreditam que houve uma grande diluição nos poderes da presidência nos últimos 30 anos. Acho que um novo mandato de Bush seria acompanhado de um grande aumento no poder do Executivo, particularmente nos últimos dois anos de mandato."
Fonte:
BBC Brasil
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/368529/visualizar/
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