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Esportes
Terça - 02 de Novembro de 2004 às 01:10
Por: José Eduardo Savoia

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São Paulo - Em sua primeira manifestação após a morte do zagueiro Serginho, o médico do São Caetano, Paulo Forte, afirmou que o segundo exame feito pelo atleta no Instituto do Coração (Incor), em São Paulo, não apresentou nada que o impedisse de jogar. Indiretamente, transferiu para o Incor a responsabilidade pelo que aconteceu. "Como médico ortopedista achei por bem fazer uma investigação de rotina no começo do ano. Fomos ao Incor, um instituto de renome internacional. É de praxe fazer um eletrocardiograma, depois o teste ergométrico e um ecocardiograma. No caso do Serginho, o teste ergométrico (de esforço) apresentou uma arritmia discreta, muito leve. Os médicos (do Incor) fizeram um exame mais profundo. O Serginho submeteu-se a uma ressonância magnética e a um cateterismo. Encerrados os exames, não houve conclusão de que ele deveria parar".

Na prática, Paulo Forte confirmou que Serginho não tinha nenhuma recomendação médica que sugerisse ter de parar de jogar futebol. Isso se confirmou na segunda parte de seu depoimento, quando lembrou o comportamento absolutamente normal do atleta no seu dia-a-dia em São Caetano. "O Serginho nunca apresentou sintomas da doença. Nem nos treinamentos nem nos jogos. Ele estava bem, nunca se queixou de nada. Tinha o coração um pouco maior, em decorrência do trabalho físico. Assim como ocorre um aumento da musculatura da coxa, por exemplo, há um aumento da musculatura cardíaca. No final do ano, estava prevista uma nova avaliação em todos os atletas. Infelizmente houve essa fatalidade".

O médico não chegou a dizer claramente que impediria Serginho de jogar se houvesse algum risco, mas deixou isso subentendido em seu discurso. "Vivo o dia-a-dia do clube sete dias por semana. E estou no futebol há mais de 20 anos. Minha preocupação é sempre com a saúde e com o bem-estar dos jogadores. Foi realmente uma fatalidade."

Investigação - Paulo Forte ainda fez questão de dizer que foi dele a decisão de submeter os jogadores do São Caetano a exames. "Como médico ortopedista, tenho acompanhado todos os casos de morte no futebol. A do Foe; do Max, do Botafogo de Ribeirão Preto; do húngaro (Féhrer), e achei por bem fazer uma investigação cardiológica em todos os nossos jogadores. Infelizmente aconteceu a fatalidade com o Serginho, que, além de atleta, era meu amigo. Nossa relação era quase de pai para filho". Da sala de imprensa, o médico seguiu direto para o ônibus do clube, onde já estavam os jogadores. Além do médico, somente Euller, representando o grupo, e o técnico Péricles Chamusca falaram com os jornalistas.

Após a entrevista, o time se refugiou em Mauá, onde o São Caetano buscará forças para voltar ao local da tragédia uma semana após a morte do companheiro - o time terá de disputar quarta-feira, no Morumbi, os 31 minutos que faltaram da partida com o São Paulo.




Fonte: Agência Estado

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