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Igrejas venderam peças religiosas
Uma parte importante do patrimônio histórico e religioso de Mato Grosso deixou de forma definitiva as igrejas locais, nas décadas de 50 e 60 do século passado, nas mãos de um único homem- e com a conivência do clero mato-grossense.
Imagens sacras, objetos raros usados em rituais, móveis e peças do século XVIII encontradas em igrejas de Cuiabá e do interior atraíram o comerciante José Claudino da Nóbrega- reconhecidamente um dos maiores "antiquários" do país. No melhor estilo caixeiro-viajante, Nóbrega visitou Mato Grosso por cinco vezes na época. Em seu livro autobiográfico "Memórias de um antiquário viajante", ele relata sua admiração pela terra e elogia a disposição do povo mato-grossense em negociar. Especialista em comprar objetos antigos e artigos de valor histórico, o antiquário enchia caminhões de mercadorias e fazia a revenda em estados do Sudeste, principalmente São Paulo. Entre seus clientes mais fiéis, padres e representantes das unidades religiosas locais.
Ao relatar uma de suas aquisições mais contundentes, Nóbrega diz: "Subimos ao coro e compramos os quatro lampadários Sabará, a grande naveta (jarro) D. João V , três banquetas de prata completas e a famosa imagem de Santo Elesbão", referindo-se a objetos contidos na igreja São José Operário, que recebera as peças da Catedral Metropolitana, demolida em 1968. Mais adiante, o antiquário confirma que a imagem de Santo Elesbão, considerada de "alta raridade" por ele, além de possuir muitos devotos, fora vendida para um médico da capital paulista. Em outra passagem, o comerciante conta que a sua maior emoção foi fechar a aquisição de uma campainha rara, com os dizeres "Colônia do Sacramento, 1788", comprada do Museu de Arte Sacra, que funcionava ao lado da igreja do Bom Despacho. "A maior raridade que um antiquário sul-americano almejasse ter", definiu Nóbrega sobre a peça.
Entre os anos 50 e 60, quase nenhuma autoridade tinha conhecimento de uma lei federal, editada na década de 30, que protegia o patrimônio histórico nacional. O total desconhecimento fez com que parte da memória mato-grossense virasse artigo de decoração de mansões nos grandes centros. "Esse patrimônio, sem dívida, foi dilapidado e hoje pertence a particulares. Para tê-los de volta, só comprando-os", constata o coordenador regional do Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan), Cláudio Conte.
Imagens sacras, objetos raros usados em rituais, móveis e peças do século XVIII encontradas em igrejas de Cuiabá e do interior atraíram o comerciante José Claudino da Nóbrega- reconhecidamente um dos maiores "antiquários" do país. No melhor estilo caixeiro-viajante, Nóbrega visitou Mato Grosso por cinco vezes na época. Em seu livro autobiográfico "Memórias de um antiquário viajante", ele relata sua admiração pela terra e elogia a disposição do povo mato-grossense em negociar. Especialista em comprar objetos antigos e artigos de valor histórico, o antiquário enchia caminhões de mercadorias e fazia a revenda em estados do Sudeste, principalmente São Paulo. Entre seus clientes mais fiéis, padres e representantes das unidades religiosas locais.
Ao relatar uma de suas aquisições mais contundentes, Nóbrega diz: "Subimos ao coro e compramos os quatro lampadários Sabará, a grande naveta (jarro) D. João V , três banquetas de prata completas e a famosa imagem de Santo Elesbão", referindo-se a objetos contidos na igreja São José Operário, que recebera as peças da Catedral Metropolitana, demolida em 1968. Mais adiante, o antiquário confirma que a imagem de Santo Elesbão, considerada de "alta raridade" por ele, além de possuir muitos devotos, fora vendida para um médico da capital paulista. Em outra passagem, o comerciante conta que a sua maior emoção foi fechar a aquisição de uma campainha rara, com os dizeres "Colônia do Sacramento, 1788", comprada do Museu de Arte Sacra, que funcionava ao lado da igreja do Bom Despacho. "A maior raridade que um antiquário sul-americano almejasse ter", definiu Nóbrega sobre a peça.
Entre os anos 50 e 60, quase nenhuma autoridade tinha conhecimento de uma lei federal, editada na década de 30, que protegia o patrimônio histórico nacional. O total desconhecimento fez com que parte da memória mato-grossense virasse artigo de decoração de mansões nos grandes centros. "Esse patrimônio, sem dívida, foi dilapidado e hoje pertence a particulares. Para tê-los de volta, só comprando-os", constata o coordenador regional do Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan), Cláudio Conte.
Fonte:
A Gazeta
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/368901/visualizar/
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