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Sábado - 30 de Outubro de 2004 às 08:48
Por: Márcia Oliveira

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O comerciante Vinícios César Craveiro, 31, acionará o restaurante e boate "Café Cancun" no Juizado Especial de Pequenas Causas, na segunda-feira (1), pedindo uma indenização de R$ 10,4 mil por danos morais. Craveiro conta que sofreu constrangimento ao ser barrado na entrada da boate, no domingo (24), pelo chefe da segurança, por estar vestido com uma camiseta oficial da seleção brasileira de futebol de cor azul.

O comerciante conta que só foi retirado da fila, onde cerca de 100 pessoas estavam na sua frente, quando chegou na entrada da casa. Ele afirma que tentou de todas as formas conversar com o segurança sobre os motivos da proibição, mas a única resposta que tinha era de que o uso de camisa de time de futebol "é proibido, por determinação da gerência da casa". "Foi muito constrangedor, porque eu fiquei na fila por muito tempo, tendo vários seguranças passando por mim sem me dizer nada. No momento que eu ia entrar, o chefe me barrou e ai eu fiquei tentando convencê-lo a me deixar conversar com o gerente e ele me dizendo que não podia", lembra Craveiro.

O comerciante estava acompanhado com outros dois amigos que puderam entrar, mas também se indignaram com a situação. Um deles é o advogado Luiz de Deus Júnior, 31, que prepara a ação contra a boate. "Já tenho a procuração dele e vou usar a lei 7.716/89 que fala sobre discriminação de raça, cor, etnia, religião e procedência nacional. Ele usava um símbolo nacional e foi proibido de entrar no lugar. A camiseta é de manga, ninguém podia alegar que ele estava incitando a violência ou mal vestido", argumentou o advogado.

Além do advogado, um amigo de infância de Craveiro, Vlademir Bouret, se incumbiu de encaminhar um e-mail para toda sua lista de amigos, repudiando o acontecimento e pedindo que todos refletissem sobre o fato. Ontem, no entanto, o e-mail havia extrapolado o circulo de amigos e estava sendo comentado em toda a cidade.

A assessoria de imprensa do Café Cancun informou que todo o acontecimento não passou de um "lastimável equívoco". A orientação para os seguranças era de proibir a entrada de clientes com camisetas de times de futebol rivais, pois segunda a assessoria, historicamente a permissão rendeu em "quebra-quebra" e prejuízos materiais, entre outros, para a boate. E para se precaver de tais eventos, a franquia do restaurante e boate em Cuiabá, segue as regras para evitar prejuízos.

Segundo a assessoria, um pedido de desculpas foi encaminhado ao cliente, para informá-lo de que o que aconteceu na portaria não era uma orientação da gerência, que não teria tomado conhecimento do assunto. Mas um erro decorrente de falha na capacitação dos seguranças.




Fonte: A Gazeta

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