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Pont atribui a Lula dificuldade em Porto Alegre
Em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto para a prefeitura de Porto Alegre, o candidato petista Raul Pont atribui parte de suas dificuldades para conquistar mais eleitores à incapacidade do governo federal de promover mudanças na velocidade desejada pela população.
"Havia uma expectativa de mudanças mais rápidas, o que criou um desencanto, um certo desalento. Na medida em que parte da população tem uma frustração com expectativas de salário, emprego e previdência federal, isso acaba recaindo no nosso governo no município", afirma Pont, que foi prefeito de Porto Alegre de 1997 a 2000 e pertence à ala esquerda do partido, que tem criticado a política econômica de Lula.
"Mesmo tendo um desempenho melhor ou semelhante aos nossos governos anteriores, temos hoje uma oposição maior. Por isso que essa eleição será mais difícil. Mas temos uma expectativa de que vamos vencer, como vencemos no primeiro turno", diz em tom confiante.
Pont aponta ainda que "o prejuízo maior" foi o abandono de líderes sindicais, companheiros históricos nas vitórias do PT em Porto Alegre, que adotaram a neutralidade, por conta "da dificuldade de compreender o ritmo possível das mudanças" e a conseqüente decepção com o governo federal.
Quatro vezes PT
Às vésperas da eleição, Porto Alegre está dividida entre promessas de mudança e de continuidade, mas todas as pesquisas mais recentes apontam o ex-senador José Fogaça (PPS) na liderança, com uma vantagem que varia de 5,4 a 12 pontos percentuais sobre o deputado estadual petista Raul Pont.
De acordo com a última pesquisa, realizada pelo Centro de Pesquisas em Administração da UFRGS, o candidato do PPS está com 47,7% das intenções de voto contra 42,3% do petista.
Ironicamente, grande parte do crescimento nacional do Partido dos Trabalhadores, que permitiu finalmente a chegada de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência, deve muito ao sucesso das quatro administrações municipais consecutivas na capital gaúcha, liderada pelo atual candidato e pelos ministros Olívio Dutra (Cidades) e Tarso Genro (Educação). As conquistas da administração municipal, que também foi ocupa
da por Dutra e Tarso, viraram o grande argumento do partido em todo o país como uma prova da capacidade petista de governar.
Cansaço
Esse posicionamento mais à esquerda dos caciques do PT gaúcho abre espaço para que a oposição se apresente como uma alternativa mais afinada com o governo federal do que os próprios companheiros do presidente.
"Hoje, nossa concepção política está muito mais próxima da concepção do Lula do que a concepção política do Raul. Nós nos relacionamos de forma muito mais dialógica, com a visão que o Lula está imprimindo ao seu governo, do que o Raul", afirma o deputado estadual Cézar Busatto, coordenador de campanha de Fogaça.
Analistas políticos também identificam como fator importante o desgaste natural de 16 anos no poder.
"O portoalegrense basicamente está satisfeito com as administrações do PT. Mas percebe-se um certo cansaço do eleitor gaúcho com o PT", avalia o cientista político Francisco Ferraz, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), criador do site Política para Políticos.
Em 1996, Pont foi eleito no primeiro turno, com 53,7% dos votos. Em 2000, Tarso Genro obteve 48,7% no primeiro turno e venceu Alceu Collares (PDT) no segundo turno. No primeiro turno das eleições deste ano, Pont teve 37,6%, contra 28,3% de Fogaça.
O desgaste não impede que os méritos das administrações petistas sejam reconhecidos até mesmo pelos adversários, que avaliam que a vantagem nas pesquisas representa mais uma derrota do PT do que uma vitória do PPS.
"Eu não tenho dúvida nenhuma disso", diz o corrdenador da campanha de Fogaça, candidato que promete "continuar o que dá certo e melhorar o que não funciona".
"Não houve uma reprovação da administração do PT, que tem uma boa avaliação. Mas houve uma certa exaustão de um estilo de governar", analisa Busatto.
Duas bandeiras originalmente petistas adotadas por Fogaça são o orçamento participativo e a realização na cidade do Fórum Social Mundial.
"Havia uma expectativa de mudanças mais rápidas, o que criou um desencanto, um certo desalento. Na medida em que parte da população tem uma frustração com expectativas de salário, emprego e previdência federal, isso acaba recaindo no nosso governo no município", afirma Pont, que foi prefeito de Porto Alegre de 1997 a 2000 e pertence à ala esquerda do partido, que tem criticado a política econômica de Lula.
"Mesmo tendo um desempenho melhor ou semelhante aos nossos governos anteriores, temos hoje uma oposição maior. Por isso que essa eleição será mais difícil. Mas temos uma expectativa de que vamos vencer, como vencemos no primeiro turno", diz em tom confiante.
Pont aponta ainda que "o prejuízo maior" foi o abandono de líderes sindicais, companheiros históricos nas vitórias do PT em Porto Alegre, que adotaram a neutralidade, por conta "da dificuldade de compreender o ritmo possível das mudanças" e a conseqüente decepção com o governo federal.
Quatro vezes PT
Às vésperas da eleição, Porto Alegre está dividida entre promessas de mudança e de continuidade, mas todas as pesquisas mais recentes apontam o ex-senador José Fogaça (PPS) na liderança, com uma vantagem que varia de 5,4 a 12 pontos percentuais sobre o deputado estadual petista Raul Pont.
De acordo com a última pesquisa, realizada pelo Centro de Pesquisas em Administração da UFRGS, o candidato do PPS está com 47,7% das intenções de voto contra 42,3% do petista.
Ironicamente, grande parte do crescimento nacional do Partido dos Trabalhadores, que permitiu finalmente a chegada de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência, deve muito ao sucesso das quatro administrações municipais consecutivas na capital gaúcha, liderada pelo atual candidato e pelos ministros Olívio Dutra (Cidades) e Tarso Genro (Educação). As conquistas da administração municipal, que também foi ocupa
da por Dutra e Tarso, viraram o grande argumento do partido em todo o país como uma prova da capacidade petista de governar.
Cansaço
Esse posicionamento mais à esquerda dos caciques do PT gaúcho abre espaço para que a oposição se apresente como uma alternativa mais afinada com o governo federal do que os próprios companheiros do presidente.
"Hoje, nossa concepção política está muito mais próxima da concepção do Lula do que a concepção política do Raul. Nós nos relacionamos de forma muito mais dialógica, com a visão que o Lula está imprimindo ao seu governo, do que o Raul", afirma o deputado estadual Cézar Busatto, coordenador de campanha de Fogaça.
Analistas políticos também identificam como fator importante o desgaste natural de 16 anos no poder.
"O portoalegrense basicamente está satisfeito com as administrações do PT. Mas percebe-se um certo cansaço do eleitor gaúcho com o PT", avalia o cientista político Francisco Ferraz, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), criador do site Política para Políticos.
Em 1996, Pont foi eleito no primeiro turno, com 53,7% dos votos. Em 2000, Tarso Genro obteve 48,7% no primeiro turno e venceu Alceu Collares (PDT) no segundo turno. No primeiro turno das eleições deste ano, Pont teve 37,6%, contra 28,3% de Fogaça.
O desgaste não impede que os méritos das administrações petistas sejam reconhecidos até mesmo pelos adversários, que avaliam que a vantagem nas pesquisas representa mais uma derrota do PT do que uma vitória do PPS.
"Eu não tenho dúvida nenhuma disso", diz o corrdenador da campanha de Fogaça, candidato que promete "continuar o que dá certo e melhorar o que não funciona".
"Não houve uma reprovação da administração do PT, que tem uma boa avaliação. Mas houve uma certa exaustão de um estilo de governar", analisa Busatto.
Duas bandeiras originalmente petistas adotadas por Fogaça são o orçamento participativo e a realização na cidade do Fórum Social Mundial.
Fonte:
Terra
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/369029/visualizar/
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