Dirceu ironiza suposta investigação da Kroll

O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, afirmou hoje que não está preocupado com possível espionagem da Kroll a seu respeito. "De maneira nenhuma estou preocupado. Quem vai me investigar vai descobrir três coisas: que eu sou corintiano, mineiro e pai do Zeca Dirceu", disse o ministro a jornalistas, ao ser perguntado se estaria preocupado com o fato de ser alvo de espionagem pela empresa. A Kroll é alvo de investigação da Polícia Federal por espionagem.

O jornal Folha de S.Paulo informou que o Palácio do Planalto recebeu a informação da Polícia Federal de que o ministro está entre os espionados pela empresa.

Segundo Dirceu, não há comunicação formal sobre o assunto. "Não tem nenhuma comunicação da Polícia Federal ou da Justiça que esse ou aquele foi espionado. O que tem são noticiais sobre isso. Não vou comentar uma coisa que eu não tenho segurança. Eu não tenho nenhuma preocupação com isso". Para o ministro, a investigação está sendo bem conduzida pela PF.

Ontem, a polícia começou a analisar o material apreendido na Operação Chacal, que recolheu documentos e equipamentos na sede da empresa de espionagem Kroll. Todo o material, que pesa quase meia tonelada, foi levado de São Paulo para o Instituto Nacional de Criminalística, em Brasília.

A operação, desencadeada simultaneamente no Distrito Federal, em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Paraná, resultou na prisão de cinco pessoas acusadas de formação de quadrilha e espionagem. A ação teve início em março deste ano, a partir de investigações sobre a disputa da Brasil Telecom pelo fundo de investimentos Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas, e pela empresa de telefonia Telecom Itália.

Segundo reportagens publicadas pela imprensa em julho, funcionários do primeiro escalão do governo federal também teriam sido espionados ilegalmente pela Kroll. Em nota oficial, a Kroll afirma que não cometeu nenhuma prática ilícita.