Polícia Civil resgata dois "escravos" em Confresa
Dois trabalhadores rurais foram resgatados pela Polícia Judiciária Civil, na região de Confresa (1.160 km a Nordeste), na última quinta-feira (01.11). Os trabalhadores eram mantidos em uma fazenda, na divisa do município com a reserva indígena Urubu Branco, há mais de 1 mês em condições análoga a escravidão. Três pessoas foram presas.
As prisões de Luiz Corrêa de Souza, Carlos Rocha Ribeiro e Ademar Nilson da Silva, aconteceram após uma denúncia na Delegacia da Polícia Civil. Eles foram autuados pelo delegado regional, Ronan Gomes Villar, por crime de condição análoga a de escravo e disparo de arma de fogo.Os três estão recolhidos na Cadeia Pública da cidade, onde permanecem por ordem da Justiça.
Conforme a Polícia Civil local, os trabalhadores foram contratados por supostos invasores de terras, que se dizem proprietários da área, com a promessa de receberem R$ 40, por dia, para uma obra na fazenda. Na área, os trabalhadores dormiam em um barraco de lona próximo a um córrego, sem higiene e pouca alimentação. Eles bebiam, cozinhavam e tomam banho da mesma água do
riacho. Para dormir, improvisaram tábuas com espumas como cama.
Os policiais encontraram marcas de tiros em uma árvore próxima ao barraco dos trabalhadores. Segundo um dos investigadores que estiveram na área, os “grileiros” atiravam para intimidar os trabalhadores como forma de não deixa-los fugir.
Os dois homens contaram que estavam roçando pasto e derrubando árvores a mando dos empregadores. O Ministério Público do Trabalho e Emprego foi acionado para providências administrativas contra os supostos donos da área, que estavam mantendo os trabalhadores em condições semelhantes à escravidão, sem pagamento e carteira de trabalho registrada.
Os dois trabalhadores são do município de Confresa. Um deles estava com o pé machucado, sem atendimento médico.
Prêmio Coetrae
O Governo do Estado, por meio da Comissão Estadual do Trabalho Escravo (Coetrae-MT) e do Conselho Estadual do Trabalho (Cetb-MT), lançou no dia 25 de outubro, o Prêmio Nacional de Jornalismo Dom Pedro Casaldáliga, no Estado do Rio de Janeiro (RJ).
Podem participar do prêmio jornalistas que possuam registro profissional de trabalho. As matérias devem abordar o tema do trabalho escravo em Mato Grosso, com veiculação entre os dias 18 de julho deste ano a 30 de janeiro de 2013. Foram estipuladas oito categorias de premiação: Jornal Impresso, Webjornalismo, Revista, Televisão, Rádio, Fotojornalismo, Jornalismo Acadêmico e a categoria Dom Pedro Casaldáliga de Reportagem em Destaque, cuja premiação será de R$ 20 mil.
O prêmio Dom Pedro Casaldáliga recebe este nome para homenagear o religioso que denunciou o trabalho análogo à escravidão nos idos da década de 70. O religioso iniciou uma grande batalha para assegurar os direitos de trabalhadores rurais, pondo em risco sua própria vida.
Para participar, preencha a ficha de inscrição e envie, junto com os demais documentos exigidos pelo regulamento, para a COETRAE/MT – Avenida Transversal s/n, Bloco B, Anexo 2 (dois), 1º Piso, Secretaria de Estado de Segurança Pública, Centro Político Administrativo, CEP: 78050970, telefone: (65) 3613 5500, Rua 06, S/N, Centro Político Administrativo- CPA.
Outras informações sobre a premiação podem ser obtidas no site www.mt.gov.br ou pelo endereço eletrônico premiocoetreajornalismo@gmail.com
Comentários