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Saúde
Sexta - 29 de Outubro de 2004 às 06:58
Por: Alecy Alves

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Campeão em números de casos de hanseníase, Mato Grosso foi o estado escolhido pelo governo federal para o lançamento do Plano Nacional de Eliminação da doença. Ontem o ministro da Saúde Humberto Costa entregou ao governador Blairo Maggi e ao secretário de Saúde, Marcos Henrique Machado, a carta que apresenta informações sobre diagnóstico, tratamento, quadro epidemiológico e os coeficientes de prevalência de cada município, além de 17 ambulâncias para o recém-criado Serviço de Socorro Pré-Hospitalar Móvel(Samu).

Além da carta que deve nortear as ações para que o país cumpra a meta de eliminar a doença até o final de 2005, assumida junto à Organização Mundial da Saúde (OMS), o ministro repassou ao Estado R$ 224 mil. Desse total, R$ 117 mil ficam no governo e o restante será dividido entre os três municípios com maior índice da doença, que são Tangará da Serra, Várzea Grande e Cáceres.

Até março deste ano, para cada grupo de 10 mil mato-grossenses existiam 22,11 pacientes de hanseníase totalizando 4,8 mil casos no Estado. Este ano a prevalência caiu para 17 doentes, mas ainda está muito longe de atingir a média nacional, que é de 4,5 casos, ou a proporção aceitável pelos organismos internacional de saúde, que é de 1 para 10 mil habitantes.

Conforme o ministro Humberto Costa, o governo está estudando um plano para oferecer o Bolsa Família, programa de transferência de renda, aos portadores de hanseníane de famílias carentes e ações de reabilitação dos pacientes, como serviços de sapataria para aqueles que sofreram deformidades ou mutilações.

Sobre o Samu, Humberto Costa destacou que as ambulâncias devem ser divididas em 10 para Cuiabá, quatro para Várzea Grande e três para Cáceres. Os serviços do Samu, lembrou o ministro, serão vinculados às centrais de regulação do Sistema Único de Saúde (SUS), que têm o controle sobre o número e a ocupação dos leitos hospitalares e procedimentos laboratoriais e cirúrgicos no serviço de saúde.

Machado disse que aqui o enfrentamento da hanseníase está sendo reforçado com capacitação dos profissionais de saúde para diagnóstico e tratamento. Nas unidades do Programa de Saúde da Família (PSF), citou ele, 70% do quadro de servidores já foram treinados.

O secretário fez outras reivindicações ao ministro, como a compra de aparelho chamado acelerador linear, existente só na rede privada e que seria de grande eficácia na aplicação da radioterapia que custa R$ 1,5 milhão; a construção de um hospital para tratamento de doenças tropicais (malária, febre amarela, leishmaniose), e o término das obras do Hospital do Câncer.

Já o governador Blairo Maggi disse que o Estado trabalha com a firme determinação de fazer os recursos da saúde cheguem na ponta, à população que realmente precisa dos serviços públicos, e não se perca nas atividades meio. “Estamos descentralizando e melhorando a qualidade dos serviços e fazendo com que cheguem no interior”, completou Maggi.




Fonte: Diário de Cuiabá

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