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Internacional
Quinta - 28 de Outubro de 2004 às 15:43

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O seqüestro em Cabul de duas mulheres e um homem, funcionários da ONU que trabalham para a Comissão Eleitoral do Afeganistão, gerou grande preocupação entre os estrangeiros no país por ser a primeira vez que isso ocorre.

Segundo um funcionário da ONU em Cabul, que pediu o anonimato, uma das seqüestradas tem nacionalidades britânica e irlandesa, seu nome é Anita e é casada com um espanhol, sobre o qual não deu detalhes.

A outra seqüestrada é uma albano-kosovar, chamada Shepe, e o terceiro um filipino chamado Angelito, disse a fonte, segundo a qual os seqüestrados são seus colegas de trabalho. O funcionário acrescentou que o seqüestro aconteceu no bairro de Kartier Parwan, uma área dos arredores de Cabul onde se misturam casas muito pobres com residências luxuosas e onde a ONU tem alguns escritórios.

"O motorista do veículo onde estavam conseguiu escapar e veio ao escritório, de onde informamos a Isaf (Força Internacional de Assistência à Segurança no Afeganistão, com mandato da ONU), que iniciou a busca com um helicóptero. Desde então, não sei o que aconteceu", contou.

Um porta-voz da Isaf em Cabul disse que vários indivíduos, que vestiam uniforme, pararam o carro onde os seqüestrados estavam e os colocaram em outro veículo, no qual os levaram.

A polícia e o exército afegãos, com o apoio de forças terrestres e dois helicópteros da Isaf, estabeleceram controles em Cabul e seus arredores para tentar localizar os seqüestradores e os funcionários eleitorais capturados.

Gabriel Dvoskin, argentino e coordenador da Sayara, uma organização não-governamental dedicada a formar jornalistas afegãos, disse à EFE que "é a primeira vez que acontece um seqüestro desse tipo no Afeganistão, e isso preocupou muito todos os trabalhadores internacionais".

Segundo ele, "não há pistas, não se sabem quem foi nem seus motivos, e a própria embaixada dos Estados Unidos (em Cabul) reconheceu que essa é uma prática atípica e sem precedentes no Afeganistão". "Nem os talibãs nem os milicianos de Gubuldin Hekmatyar (senhor da guerra rebelde) costumam agir desse modo."

Para Dvoskin, "o atentado suicida de Chicken Street no sábado, em que morreram uma mulher americana e uma menina afegã, pareceu uma ação isolada e além disso era o primeiro em Cabul durante muito tempo, mas isso é diferente e implica graves riscos para os autores", acrescentou.

No sábado, um terrorista suicida que tinha várias granadas presas ao corpo explodiu as bombas junto a uma loja da área comercial da Chicken Street, onde os estrangeiros compram lembranças em Cabul, e causou a morte de uma cidadã dos EUA, uma menina afegã e a sua própria, além de deixar outras cinco pessoas feridas, entre elas três soldados da Isaf.

Depois desses dois acontecimentos, a espanhola Ana Rodríguez, que trabalha em Cabul na Sociedade para a Preservação do Patrimônio Afegão, disse à EFE: "Estamos muito preocupados com esse seqüestro, já que é algo que nunca tinha acontecido".




Fonte: EFE

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