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Internacional
Quinta - 28 de Outubro de 2004 às 15:15
Por: Gabriela Guerreiro

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Detroit (Michigan) – Na última semana de campanha à presidência dos Estados Unidos, os candidatos George W. Bush e John Kerry decidiram intensificar os trabalhos nos 11 estados americanos onde a disputa ainda não está definida. O presidente Bush realizou comício, nesta quarta-feira (27) para 20 mil pessoas no estádio de Silverdome, nas redondezas de Detroit, com o objetivo de conquistar votos entre eleitores indecisos.

Apenas convidados têm acesso aos comícios de campanha de Bush. Cada cidadão recebe o convite que permite acesso de uma pessoa ao comício. Logo na entrada do estádio, todas as pessoas são revistadas, têm as bolsas e equipamentos eletrônicos cuidadosamente analisados e passam em um aparelho detector de metais. Dentro do estádio, são encaminhadas às arquibancadas, onde podem assistir ao comício com faixas, e orientadas por animadores a participarem de forma ostensiva. Apenas alguns americanos com convites especiais podem ficar em frente ao palanque oficial, próximos aos candidatos republicanos.

Com gritos de “More four years” (mais quatro anos), os simpatizantes de George W. Bush fazem do comício um programa familiar: levam crianças e idosos para acompanhar os discursos dos candidatos ao Senado, Câmara e à Presidência da República. No próximo dia 2 de novembro, os americanos vão eleger o novo presidente, deputados federais e senadores.

Bush voltou a concentrar o discurso no combate ao terrorismo. O presidente disse que, se for reeleito, vai continuar a luta contra atos terroristas em todas as partes do mundo para evitar “novas tragédias”, como os atentados de 11 de setembro, em território norte-americano. “Se a América mostrar fraqueza nesta década, tudo pode terminar em tragédia. Mas isso não vai acontecer enquanto eu estiver no comando”, enfatizou.

O presidente rebateu as críticas do adversário, o democrata John Kerry, de que esteja pretendendo instituir o serviço militar obrigatório nos Estados Unidos caso seja reeleito. Segundo Bush, os militares norte-americanos precisam terminar a tarefa de ocupação do Iraque de forma digna, fortalecendo o país - mas não necessariamente obrigados pelo governo.

O administrador Kevin Kuwalski, que acompanhou o comício em Michigan, resumiu o pensamento de grande parte dos eleitores do estado. Segundo ele, não existe um preferência explícita entre Bush ou Kerry na região, uma vez que os americanos encontram defeitos em promessas feitas pelos dois candidates. “O Bush ainda é uma melhor opção porque eu não gosto da natureza liberal de Kerry. Mas o presidente tem a postura de brigar com o mundo quando decidiu ocupar o Iraque, e isso também não é bom. Não temos alternativas muito boas”, disse.

Segundo o professor de Ciência Política da Universidade de Wayne State, em Detroit, Lyke Thompson, o estado é tradicionalmente uma região onde as eleições presidenciais são decididas nos últimos minutos. “Não há preferências. Até 1932, Michigan era um estado republicano. Mas de lá para cá os dois partidos caminham juntos”, disse.

Mesmo sem arriscar previsões exatas, o professor acredita que John Kerry tem chances de sair vitorioso no estado, uma vez que a maior preocupação dos moradores do meio-oeste americano está relacionada à economia do estado. Com a retração da economia norte-americana nos últimos meses, Thompson acredita que o democrata oferece uma alternativa para o país retomar o crescimento. “A economia aqui tem uma importância muito grande e é um impacto negativo para o presidente Bush. Além disso, os republicanos migraram para a direita mais radical, o que afasta muitos eleitores”, afirmou.

O grande desafio dos candidatos, a seis dias das eleições, segundo o professor, é convencer os americanos a irem votar no dia 2 de novembro. Como o voto não é obrigatório no país, muitos eleitores fazem a opção por não escolher os seus representantes na Câmara, no Senado e na própria Casa Branca. “Mas acho que este ano o comparecimento nas urnas vai ser maior, tanto por temas substanciais como o combate ao terrorismo como por temas como a união civil de homossexuais e a legalização dos jogos no país”, acrescentou.

A repórter viaja a convite da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil para participar do Programa de Intercâmbio Profissional nos Estados Unidos da América com duração de três semanas. O objetivo do programa é oferecer a quatro jornalistas brasileiros a possibilidade de acompanhar todos os procedimentos das eleições presidenciais norte-americanas. O programa prevê visitas a quatro estados norte-americanos com comportamentos diferenciados nas eleições: Michigan, Florida, Washington D.C. e Nova York.




Fonte: Agência Brasil

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