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Economia
Quinta - 28 de Outubro de 2004 às 07:10
Por: Mariana Peres

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O alento das chuvas para o campo, apesar de muito bem-vindas para este início de plantio, está preocupando o setor produtivo estadual, por que por mais uma safra, as principais rodovias mato-grossenses permanecem sem receber qualquer manutenção do governo Federal, "e agora com o início do período das chuvas os trabalhos de recuperação deixam de ser feitos, porque há precipitações e aí por mais um ano o produtor vai contabilizar perdas com o frete", critica o presidente do Sindicato Rural de Lucas do Rio Verde (360 quilômetros ao Médio-Norte de Cuiabá), Helmut Lawisch.

Ele destaca o ciclo 04/05 já aponta que linha entre receitas e despesas será muito tênue. "Da porteira para dentro os produtores estão fazendo de tudo para incrementar sua produtividade para obtenção de um lucro satisfatório, mas da porteira para fora, temos ainda, o eixo da BR 163, o principal corredor de escoamento da produção do Estado, sem condições adequadas de trafegabilidade. Até agora, às vésperas das chuvas se intensificarem, ainda não houve nenhuma operação tapa-buracos sequer", critica.

Segundo o presidente, um das medidas para reduzir os custos da nova safra é a redução do preço do frete, "este tem de ser reduzido ao máximo para que a conta do sojicultor feche. Há alguns anos a falta de uma estrutura agrologística não trazia tantos reflexos negativos, mas agora o Estado é o maior produtor de soja, algodão e de bovinos e o descaso com as principais BRs de Mato Grosso permanece", exclama Lawisch.

Segundo ele os piores trechos da BR 163 estão no município de Rosário Oeste, entre o Posto Gil e Nova Mutum. "Para piorar a situação, além dos baixos valores da soja, por exemplo, no mercado internacional, o setor sofre os efeitos da desvalorização cambial, com isso, há diferença no valor do frete, vai impactar, mais uma vez, no bolso do produtor". Atualmente, o valor do frete para uma tonelada de soja de Lucas do Rio Verde até o porto de Paranaguá, no Paraná, é de R$ 150. "Não descartamos a possibilidade de fazer um trancaço em Brasília se nenhuma melhoria for feita para facilitar o escoamento", alerta Lawisch.

O sub-coordenador do Departamento Nacional de Infra-estrutura e Transporte (Dnit), Sérgio Magalhães, informou há algumas semanas que existem licitações para operação tapa-buracos em três trechos da BR-163, de Jangada ao Posto Gil, Posto Gil a Nova Mutum e Sinop a Santa Helena, orçadas em R$ 24 milhões, que esperavam apenas pelo empenho orçamentário.




Fonte: Diário de Cuiabá

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