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Internacional
Quarta - 27 de Outubro de 2004 às 12:45

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O premier da Tailândia, Thaksin Shinawatra, deu poucos sinais na quarta-feira de sentir remorsos pela morte de 78 muçulmanos que eram transferidos para uma base militar, enquanto parentes dos presos cercavam o local para exigir os corpos de seus entes queridos.

Apesar de ter lamentado o episódio diante do Parlamento, Thaksin rebateu críticas sobre o desrespeito aos direitos humanos. Na tragédia de segunda-feira, 78 manifestantes morreram sufocados quando foram enfiados em caminhões superlotados e levados para uma base militar.

"Esse foi um acidente de transporte, que aconteceu porque o tempo e a situação eram prementes. Havia poucos veículos disponíveis e é por isso que as pessoas foram amontoadas", afirmou o premier a repórteres.

As Forças Armadas contavam com menos veículos que o normal porque segunda-feira era feriado no país, disse o dirigente. Thaksin também sugeriu que algumas das vítimas, de um total de 1.300 pessoas detidas depois de violentos protestos ocorridos na Província de Narathiwat (sul), morreram porque já estavam debilitadas em virtude do mês sagrado do Ramadã, quando os muçulmanos jejuam do nascer ao pôr-do-sol.

Em meio a temores de uma resposta violenta da população de Narathiwat, cerca de 300 parentes consultavam a lista das vítimas colocada do lado de fora da base militar em Pattani, capital provincial, localizada 1.100 quilômetros ao sul de Bangcoc (capital da Tailândia).

Os soldados usaram alto-falantes para acalmar a multidão e dizer que os outros 1.200 detentos mantidos na base estavam "vivos e sendo bem tratados".

Mais de 440 pessoas foram mortas até agora nos dez meses de violência, que cada vez se parece mais com uma insurgência separatista encabeçada por muçulmanos nas três Províncias mais ao sul do país. O protesto de segunda-feira terminou quando a polícia usou munição de verdade, gás lacrimogêneo e canhões de água contra os manifestantes.

Seis pessoas morreram no local do protesto, convocado para pedir a libertação de seis muçulmanos acusados de fornecer armas para militantes. Um outro homem morreu à noite em um hospital, elevando o total de vítimas para 85.

Esse foi o pior episódio de violência na região de maioria muçulmana da Tailândia (país majoritariamente budista) desde 28 de abril, quando forças do governo mataram 106 militantes muçulmanos armados com facões.




Fonte: Reuters

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