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Internacional
Quarta - 27 de Outubro de 2004 às 10:17

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Um preso texano, condenado em 1992 por assassinato, foi executado por injeção letal na terça-feira, apesar das dúvidas levantadas sobre as provas da acusação e dos pedidos da família da vítima para que a vida dele fosse poupada.

Dominique Green, de 30 anos e negro, foi a quinta pessoa a ser morta neste mês e a 18ª do ano no Texas, que lidera o ranking de Estados norte-americanos que mais aplicam a pena capital. "Não estou bravo. Estou desapontado com o fato de não ter tido justiça", afirmou Green, em sua última declaração enquanto era amarrado. "Vocês todos são a minha família. Por favor, mantenham a minha memória viva."

Green foi condenado em 14 de outubro de 1992 pelo assassinato de Andrew Lastrapes, em um estacionamento de uma loja de conveniência de Houston (Texas). Ele e três cúmplices (dois negros e um branco) cercaram Lastrapes e exigiram a carteira dele. Quando o homem recusou-se a dá-la, Green teria atirado no peito dele com uma pistola, dizem os promotores.

Os outros dois negros foram condenados por assalto. O acusado branco acabou inocentado. Green admitiu ter participado do roubo, mas negou ter puxado o gatilho.

A mulher de Lastrapes e os filhos dele conclamaram o governador do Texas, Rick Perry, a suspender a execução. A família conta que recebeu cartas de Green pedindo por perdão e que o perdoou.

O bispo sul-africano Desmond Tutu, vencedor do Prêmio Nobel da Paz, também se opôs à execução, como o fez o bispo da diocese católica de Galveston-Houston, reverendo Joseph Fiorenza. Mas Perry e o Órgão de Perdões e Condicionais do Texas recusaram-se a interromper o procedimento.

Os advogados do réu chegaram a levar o caso à Suprema Corte, alegando, entre outros motivos, que o exame de balística pode ter sido impreciso porque foi realizado por um laboratório da polícia envolvido em vários escândalos.

O chefe de polícia de Houston, Harold Hurtt, pediu uma moratória para todas as execuções de detentos cujos casos passaram pelo laboratório. Mas nada disso adiantou.

Uma corte de primeira instância chegou a atender ao pedido dos advogados de Green e suspendeu a execução na terça-feira, mas a Corte de Apelações em Nova Orleans reverteu essa decisão. A Suprema Corte não se manifestou.




Fonte: Reuters

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